Estas palavras foram proferidas pelo ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, que considerou ser vital, na actual “fase do pós-troika”, existir sinergia entre a “reindustrialização, a economia verde e o conhecimento”.
Em declarações proferidas no encerramento da conferência “União Europeia: Sustentabilidade e Uso Eficiente dos Recursos”, em Lisboa, Jorge Moreira da Silva considerou ser “necessária a sinergia de três áreas essenciais para, chegada a fase do pós-troika, associarmos o desenvolvimento ao crescimento sustentável”, a saber: “a reindustrialização, a economia verde e o conhecimento”.
Para o ministro “chegou a hora do crescimento verde”, defendendo que “superada a fase do resgate económico do País, o crescimento verde deve ser o motor da economia”. Até porque existem várias preocupações no horizonte ambiental nacional.
Uma dessas preocupações prende-se com a “perda de biodiversidade devido à maior pressão sobre os recursos naturais fará com que Portugal enfrente consequências graves, na sequência das alterações climáticas”. Também “na área verde”, Jorge Moreira da Silva afirma existirem “grandes obstáculos estruturais que persistem há décadas, apesar de termos também um grande potencial verde”, lembrando “a aposta nas energias renováveis, a reorganização dos recursos hídricos e o melhor aproveitamento da biodiversidade” que tem sido implementado nos últimos anos.
O ministro advertiu ainda que “não podemos desperdiçar as imensas oportunidades económicas associadas ao crescimento verde. A nível global, este sector representa quatro biliões de dólares, é uma área que cresce a um ritmo de 4% ao ano, e que demonstra uma grande resiliência ao emprego. Numa época em que a escalada do desemprego era grande, o emprego verde aumentou 20% à escala global, em Portugal este valor foi de 7,8%”.
Em jeito de resumo, acrescentou que “o crescimento verde representa hoje um grande valor económico e social”, aliás, a “União Europeia discute novas metas a atingir e, se Portugal assumir o objectivo de aumentar a produtividade de materiais, podemos aumentar o nosso PIB e também o número de empregos verdes”, acrescentou o ministro.
No âmbito do compromisso para o crescimento verde, existem 83 iniciativas e 13 metas quantificadas para as quais é depois necessária fiscalização e escrutínio. De entre as metas mais relevantes para 2020 e para 2030, está o aumento do Valor Acrescentado Bruto (VAB) na área verde a um ritmo de 5% ao ano, para que o seu peso na economia em 2030 seja de 6%.
Outras metas relevantes até 2030 é passar para 140 mil os postos de trabalho verdes, é posicionar Portugal como abastecedor de energias renováveis na Europa, promover a fiscalidade verde e a reforma fiscal verde e ainda fazer o compromisso para uma visão de desenvolvimento sustentável.