A reivindicação é da Quercus e refere-se a todos os novos veículos, nomeadamente das marcas Volkswagen, Audi, Skoda e Seat. Este comunicado surge no seguimento do escândalo em que foi descoberto que, através de um software, foram manipuladas as emissões de gases poluentes nos veículos com motores diesel.
A Quercus defendeu, em comunicado enviado à agência Lusa, que “indústria automóvel deve concentrar-se na produção de veículos mais eficientes e com menores emissões poluentes na estrada, em vez de desenvolver mecanismos para contornar regras ambientais e enganar os consumidores, com prejuízo para o ambiente e para a saúde pública.
Por isso, considera que a União Europeia (UE) deve iniciar uma investigação alargada sobre todos os novos veículos colocados no mercado, para identificar eventuais fraudes, exigir a retirada dos modelos fraudulentos e a compensação dos consumidores.
A associação ambientalista explica também que a UE tem em cima da mesa de discussão um novo sistema de testes ao nível das emissões dos veículos a gasóleo em condições reais de condução. Advertindo, no entanto, que os mesmos só serão aplicáveis a todos os veículos a partir de 2018 uma vez que os fabricantes de automóveis “continuam a atrasar a introdução do novo teste de emissão e a adopção de novos limites de emissão para os veículos”.
O apelo agora lançado já não é novo, como refere no comunicado, as várias associações de defesa do ambiente “têm alertado, nos últimos anos, as entidades competentes sobre a manipulação dos testes de emissão pelos fabricantes automóveis, quer nas emissões de CO2 (e consumo de combustível), quer de outros poluentes (como óxidos de azoto e partículas, com maior impacto na poluição das cidades)”.
Além disso, lembra que, na semana passada, a Federação Europeia para os Transportes e Ambiente (T&E), da qual a Quercus faz parte, tinha alertado que apenas um em cada dez novos veículos a gasóleo cumpre as normas de emissão EURO 6, em vigor desde o dia 1 de Setembro de 2015.
Recorde-se que toda esta manipulação foi tornada pública no passado dia 18 de Setembro, quando a Agência de Protecção do Meio Ambiente dos Estados Unidos da América acusou a Volkswagen de falsear o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes através de um 'software' incorporado no veículo, tendo a marca de automóveis, dois dias depois, reconhecido ser verdade.
Depois da Volkswagen, a Audi, a Skoda e a Seat também já admitiram ter veículos em todo o mundo equipados com o mesmo 'software'.
Enquanto na Suíça e em Espanha, as autoridades competentes anunciaram a proibição temporária da venda de novos carros a gasóleo do grupo Volkswagen; em Portugal, o ministro da Economia, António Pires de Lima, explicou, na semana passada, que os novos automóveis da Volkswagen produzidos na fábrica da Autoeuropa “não tiveram incorporação” do 'software' que falseou o desempenho dos motores relativamente às emissões poluentes.