Um estudo demonstra que é possível investir num sistema alternativo de captação e tratamento de água na região Norte. Por este motivo, os municípios da Frente Atlântica do Porto (Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia) querem sair do sistema de Águas do Norte que, dizem, o Estado central ter criado à força.
Segundo a notícia avançada no site da Câmara Municipal do Porto, estes municípios apresentaram um estudo que demonstra que é possível investir num sistema alternativo de captação e tratamento de água, para ser distribuída nos três municípios e ainda manter um preço inferior ao proposto pelo Estado, quando decidiu unilateralmente a extinção da Águas de Douro e Paiva, onde se abasteciam.
O documento, que foi encomendado à Engidro, revela que o preço pago até agora era “o preço justo” e que é possível mantê-lo ou até baixá-lo, caso o Estado central permita a estes três municípios assumirem competências nesta matéria.
A autarquia portuense e as restantes edilidades que compõem a Águas do Douro e Paiva opuseram-se à fusão da empresa com outros sistemas do Norte, processo que ainda se encontra em tribunal. Contudo, segundo anunciou a Frente Atlântica do Porto há alternativas e os autarcas de Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia tudo farão para evitar que o preço da água ao consumidor sofra os aumentos que estão previstos, caso se mantenham clientes forçados da Águas do Norte.
O estudo agora apresentado contempla a captação na Albufeira de Crestuma, uma nova Estação de Tratamento de Águas e a aquisição à Águas do Norte das condutas que atualmente abastecem os três concelhos, num investimento de cerca de 101 milhões de euros.
Segundo os técnicos, este novo sistema permitiria vender a água aos municípios mais barata do que o proposto pelo Estado Central, mesmo que os investimentos não fossem comparticipados por fundos comunitários. Mas, caso o fossem, os preços poderiam mesmo ser inferiores aos atualmente praticados, o que poderia levar à baixa das tarifas aos consumidores destes três concelhos.
Foto: CMP