A associação ambiental ZERO revela-se confiante no papel decisivo de António Guterres em relação à política climática e de desenvolvimento sustentável internacional. Do mesmo congratula-se com a ultrapassagem da barreira dos 55% de emissões, sabendo que o acordo de Paris entra em vigor dentro em breve.
Em comunicado, a ZERO congratula-se com a escolha de António Guterres como próximo Secretário-Geral das Nações Unidas, referindo que as respostas dadas às questões dos países, aquando do recente processo eleitoral para Secretário-Geral, dão enorme esperança numa acção urgente e de grande ambição nas medidas e concertação globais pelas Nações Unidas para redução de emissões de gases de efeito de estufa e de apoio aos países mais vulneráveis para lidarem com os efeitos das alterações climáticas. Igualmente, a implementação dos 17 objectivos para o desenvolvimento sustentável aprovados em setembro de 2015, uma agenda planetária crucial para 2030, deverão receber uma dedicação e um impulso fundamentais.
A associação ambientalista lembra que foi aquando do mandato de António Guterres como primeiro-ministro que Portugal formulou o primeiro Plano Nacional para as Alterações Climáticas em 2001, bem como lançou as bases dos investimentos em energias renováveis que agora permitem ao País uma menor dependência energética e menores emissões de gases com efeito de estufa.
A ZERO salienta, por outro lado, uma outra realidade que merece destaque, é que, de acordo com os dados da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, atingiu-se o patamar para a entrada em vigor do Acordo de Paris celebrado em Dezembro de 2015 e um elemento fundamental de um processo para evitar um aumento de temperatura superior a 1,5 graus Celsius em relação à era pré-industrial.
A entrada em vigor do Acordo de Paris acontecerá 30 dias após se ter atingido a ractificação de 55 países responsáveis por 55% das emissões globais. Hoje, atingiu-se 72 países representando 56,75% das emissões globais, devendo o mesmo entrar em vigor ainda antes da 22ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas que terá lugar em Marraquexe de 7 a 18 de Novembro e proporcionando já o início dos trabalhos das Partes que o ractificaram.
Para o Protocolo de Quioto entrar em vigor foi preciso esperar oito anos entre a assinatura e a ratificação por parte de 55 países que representassem 55% das emissões globais.
Por U.S. Mission Photo by Eric Bridiers - https://www.flickr.com/photos/us-mission/7704332996/, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=31838918