A afirmação foi proferida pelo Primeiro-Ministro António Costa no final da reunião com o seu homólogo marroquino, Abdelilah Benkirane, em Marraquexe, onde se encontra a decorrer a 22.ª Conferência das partes - COP22.
Na Conferência Internacional sobre Alterações Climáticas, o Primeiro-Ministro enfatizou que “este é um desafio que não permite mais adiamentos, porque todos os dias a ameaça é maior”. Por isso mesmo, salientou que“é prioritário desenvolver novas políticas de mobilidade, lançar a reabilitação urbana para a melhoria da eficiência energética e trabalhar no sentido do desenvolvimento das energias renováveis”.
António Costa, lembrando a possibilidade do presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, retirar o país do Acordo de Paris, advertiu para o facto de “se um dos países segue um caminho de retrocesso, por muito importante que esse país seja, como os Estados Unidos, a pior coisa que poderia acontecer era deixarmo-nos contaminar, porque então aconteceria um retrocesso generalizado”. Acrescentando que seria “uma enorme decepção se algum dos países mais desenvolvidos do mundo, nomeadamente os Estados Unidos, recusasse agora o compromisso assumido” no ano passado em Paris, mas “não podemos ficar todos bloqueados por uma decisão errada de um país”.
Para António Costa o caminho a seguir pelos países desenvolvidos terá de ser o da “solidariedade com os países em vias de desenvolvimento”, designadamente em “relação aos países africanos - é absolutamente essencial”.
Sobre a sua reunião com o Chefe do Governo de Marrocos, o Primeiro-Ministro disse que o tema essencial foi “o aumento do potencial das energias renováveis, através da interconexão eléctrica entre Portugal e Marrocos”. Referindo que “Marrocos tem um enorme potencial de produção de energia solar e Portugal é dos países da Europa com uma taxa mais elevada de produção de energias renováveis, tendo capacidade de exportação. Portanto, esta interconexão energética tem uma importância estratégica”.
O Primeiro-Ministro defendeu nesta cimeira a necessidade de aplicar rapidamente os mecanismos previstos no Acordo de Paris par controlar o aumento da temperatura, afirmando que Portugal vai prosseguir na senda da descarbonização total da economia até 2050, nomeadamente na eliminação das emissões de carbono como as da produção de energia. Para breve, e de acordo com o Acordo de Paris, está previsto o início da revisão do Roteiro Nacional de Baixo Carbono nosso País, o qual deverá estar concluído até 2018.
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