A Marcha Mundial do Clima acontecerá no próximo dia 29 de Abril em mais de 25 países, Portugal não vai ser excepção. Em Lisboa, Porto e Aljezur o protesto vai além das políticas ambientais norte-americanas e incorpora também questões vitais para o nosso País.
Este evento tem como pano de fundo as políticas do novo presidente dos Estados Unidos da América que impedem a defesa do clima e dos efeitos para a humanidade de um aumento catastrófico da temperatura e dos fenómenos climáticos extremos.
Em Portugal, a Marcha pelo Clima terá também como reivindicação a travagem do furo de prospecção de petróleo e gás em Aljezur e o fim dos contratos para exploração de hidrocarbonetos em Portugal. Dezenas de associações da sociedade civil e políticas juntam-se na subscrição de um Manifesto comum e na organização desta Marcha em Portugal que vai ter lugar dia 29 de Abril, às 15h00, em Lisboa, Porto e Aljezur.
Em Portugal, uma das prioridades desta transição energética tem de ser o anulamento imediato de todas as concessões de prospecção e exploração de gás e de petróleo ao longo da costa portuguesa, do Algarve à Beira Litoral, do Oeste à Costa Alentejana. Não é possível uma política climática coerente que possa coexistir com estes contratos de petróleo e gás natural.
De acordo com a organização, enquanto cidadãos e colectivos queremos um País e um planeta em marcha para um novo paradigma energético, que respeite os direitos humanos, que ponha as pessoas e a natureza acima dos interesses da indústria petrolífera. Queremos uma outra economia, livre de conceitos e práticas que nos arrastam para a catástrofe.
Dia 29 de Abril, dezenas de associações e colectivos juntam-se à People’s Climate March internacional, e apelando à participação de todos os cidadãos em Aljezur, Porto e Lisboa, para exigir uma resposta séria às alterações climáticas e a recusa da exploração de hidrocarbonetos em Portugal.
Este evento vai ser promovido tendo por base uma realidade à escala do Globo. O aquecimento global antropogénico está a ser provocado pelas elevadas emissões de gases com efeito de estufa, cuja fonte principal são os processos de combustão de hidrocarbonetos, associados à produção e consumo de energia. A magnitude das emissões de gases com efeito de estufa já ultrapassou a capacidade natural do planeta para remover esses gases da atmosfera. O consenso quanto à existência das alterações climáticas e ao gigantesco perigo que representam para os ecossistemas e para a Humanidade, em particular para as camadas mais desprotegidas da população, tarda em produzir respostas políticas concretas numa economia viciada em emissões e poluição desregulada.
Para combater as alterações climáticas é preciso levar a cabo uma mudança que tenha como objectivo a transição justa para as energias renováveis, diminuindo progressivamente o uso de combustíveis sujos e perigosos como o petróleo, o gás natural, e o carvão, ao mesmo tempo que se recusam soluções insustentáveis como a energia nuclear e as grandes barragens.
Foto: Anabela Loureiro