Decorreu em Oliveira do Hospital a apresentação das 20 novas equipas de sapadores florestais que vão limpar a floresta no Inverno e protegê-la no Verão. O momento serviu ainda para o lançamento da primeira Zona de Intervenção Florestal (ZIF) do País.
O Primeiro-Ministro António Costa afirmou em Oliveira do Hospital que “a chave é limpar a floresta a tempo e horas e é por isso que os sapadores florestais são absolutamente essenciais”.
Actualmente existem cerca de 290 equipas de sapadores florestais, sendo que as 20 novas equipas vão ser distribuídas pelos distritos de Viana do Castelo, Braga, Aveiro, Vila Real, Viseu, Castelo Branco, Santarém e Faro.
O Primeiro-Ministro explicou que os sapadores têm como trabalho limpar a floresta durante o Inverno e reforçar a vigilância no Verão, sendo que “estas novas 20 equipas são as primeiras do grande esforço que temos de fazer ao longo desta legislatura. Nós tínhamos fixado uma meta: chegar às 500 até 2020; a Assembleia da República pediu agora um esforço maior: vamos chegar às 500 não em 2020 mas em 2019”.
António Costa recordou “ter feito parte do Governo que há 20 anos criou as equipas de sapadores florestais”, “de ter feito parte do Governo que dez anos depois criou as ZIF” e de, agora, “descongelar o programa de sapadores florestais” que estava parado desde 2009.
A cerimónia serviu também para entregar 20 viaturas de primeira intervenção para o combate a incêndios florestais e de diversos equipamentos a 44 equipas cujas meios estavam já “incapazes”, representando um investimento de 1,3 milhões de euros.
E serviu ainda para assinalar a criação da primeira ZIF em Alvoco das Várzeas, reforçando, assim, a criação de novas ZIF.
Como António Costa salientou, uma gestão isolada da floresta não permite valorizar o património” dos proprietários, nem “gerir em segurança” o conjunto das múltiplas parcelas, designadamente na região Centro, onde predomina o minifúndio, o que levou o Governo a “voltar à ideia das Zonas de Intervenção Florestal”, criadas em 2006.
Esta primeira ZIF, do Alva e Alvoco, foi criada em 2006, pela Associação Florestal da Beira Serra, Caule, com sede em Oliveira do Hospital, um concelho no qual a política de ordenamento e a prevenção de incêndios florestais têm sido uma prioridade, nomeadamente das organizações de produtores florestais.
Recorde-se que a ZIF reúne 482 proprietários e 4741 hectares de espaços florestais; cada aderente possui em média de nove parcelas, cada uma com uma área média de 4500 metros quadrados. No caso da ZIF do Alva e Alvoco predominam as plantações de pinheiro-bravo, mas também existem extensões significativas de folhosas (medronheiro, carvalho, sobreiro e castanheiro).
Refira-se ainda que a associação de proprietários, que não tem fins lucrativos, gere actualmente 12 unidades de exploração florestal, que representam quase 6.300 produtores de seis municípios da região: Oliveira do Hospital, Tábua, Arganil, Penacova, Seia e Santa Comba Dão, nos distritos de Coimbra, Guarda e Viseu.
Foto: Anabela Loureiro