Num encontro com os principais stakeholders, a ADENE apresentou novas propostas para melhorar a eficiência energética na habitação particular.

Esta novidade surge numa altura em que o Certificado Energético vai ter mudança de imagem e conteúdos para transmitir melhor a valorização económica a que está associado, numa altura em que se assiste à aposta na promoção do programa IFRRU que financia de forma ágil e em boas condições a reabilitação integral de edifícios nos centros urbanos, com incidência na eficiência energética e numa altura também em que é criada uma nova marca – ‘CLASSE+’ – de etiquetagem energética das janelas para facilitar escolha dos consumidores e valorizar as empresas.

No quadro da sua estratégia de aprofundamento e aceleração da eficiência energética na habitação particular em Portugal, a ADENE – Agência para a Energi, promoveu a realização, em Lisboa, de um encontro com os principais stakeholders do sector, onde, depois de divulgados os resultados de um estudo de opinião feito aos consumidores sobre variadas questões ligadas à eficiência energética, foram apresentadas e debatidas três medidas que a ADENE suporta para acelerar a desejada melhoria da eficiência energética do edificado em Portugal.

Assim, a ADENE vai avançar para a melhoria do formato e do conteúdo do Certificado Energético, de forma a tornar mais evidente que a eficiência energética oferece um bom retorno financeiro entre outros benefícios; vai apostar na divulgação e contínuo apoio à implementação do programa IFRRU 2020, que conta com uma dotação de 1400 milhões de euros para apoiar a reabilitação integral de edifícios e a reabilitação de zonas industriais abandonadas em todos os centros urbanos do País; e vai investir na criação de uma nova marca distintiva para a etiquetagem energética das janelas – a ‘CLASSE+’ – que facilite as opções dos consumidores e valorize o mercado das empresas do sector.

Relativamente ao estudo de opinião realizado juntos dos consumidores sobre a forma como estes encaram as questões energéticas, foi possível concluir, por exemplo, que apenas cerca de metade dos entrevistados já ouvira falar no Certificado Energético e que menos de 20% alguma vez o solicitou. A ADENE está empenhada em melhorar estes índices de conhecimento e de adesão, avançando para a própria reformulação gráfica do certificado, melhorando as mensagens e a sua leitura, sempre com o objectivo de levar os consumidores a interiorizarem que o investimento inicial feito no certificado energético é altamente reprodutivo a prazo em termos económicos, devido às poupanças de consumos que proporciona se forem implementadas as propostas de melhorias apresentadas pelos peritos, sendo também muito compensador em termos de melhoria do conforto proporcionado aos ocupantes dos edifícios, entre outros benefícios.

“Importa esclarecer que o certificado energético tem enormes vantagens,  muito superiores ao investimento inicial”, sustenta Manuel Bóia, administrador da área de sustentabilidade da ADENE, acrescentando que o estudo feito junto dos consumidores confirma que o certificado energético ainda é hoje solicitado, fundamentalmente, por quem procura comprar/arrendar casa, pois permite conhecer melhor a eficiência energética do imóvel e fundamentar melhor as decisões de compra/arrendamento, sendo ainda um factor de valorização do imóvel para quem o vende, caso a certificação seja elevada.

Quanto ao programa IFRRU, que pretende vir agilizar e introduzir mais rigor nos financiamentos e incentivos à eficiência energética na reabilitação urbana, Manuel Bóia, sublinhou que o apoio da ADENE a este programa visa “contribuir para a adopção dos melhores e mais adequados investimentos em eficiência energética através do Certificado Energético, identificando, assim, as medidas mais eficazes a implementar, financiar e executar, possibilitando uma validação muito ágil e praticamente instantânea com o acesso aos dados provenientes da plataforma do Sistema de Certificação Energética dos Edifícios”.

Refira-se que os apoios concedidos pelo IFRRU 2020 correspondem a empréstimos com condições mais vantajosas para os promotores face às actualmente existentes no mercado, para a reabilitação integral de edifícios, destinados a habitação ou a outras actividades, incluindo as soluções integradas de eficiência energética mais adequadas no âmbito da reabilitação, com um investimento total, por operação, até 20 milhões de euros.

Estes empréstimos estão disponíveis em todas as regiões, não sendo apenas dirigidos aos maiores centros urbanos do País, e para todo o tipo de beneficiários, sejam pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas.

A concluir, a ADENE apresentou neste encontro com stakeholders uma nova marca de etiquetagem energética das janelas – ‘CLASSE+’ –, um instrumento que visa permitir aos consumidores fazer uma escolha mais informada e que lhes faculte maiores vantagens. Esta reformulação da etiquetagem energética das janelas com uma nova marca está a ser bem acolhida pelas empresas do sector, com as principais a aderirem e a etiquetarem a sua produção para o mercado nacional.

Para se ter uma ideia do impacto desta medida, Manuel Bóia, sublinhou ainda que “bastará dizer que a substituição das janelas por outras mais eficientes pode significar mais de cinco milhões de euros de poupança de energia por ano para as famílias, um valor equivalente ao gasto médio anual em aquecimento e/ou arrefecimento de 50.000 famílias, para além de uma enorme melhoria do conforto das habitações e da saúde dos seus ocupantes, que se multiplicam em benefícios económicos ainda maiores”.