Foram anunciados hoje, dia 8 de Outubro, no Foyer da Sede da Trienal, numa cerimónia incluída no programa inaugural de The Form of Form, os grandes vencedores da edição deste ano dos Prémios Carreira e Début Trienal de Lisboa Millennium bcp.

No que é já na sua 4ª edição, o Prémio Carreira Trienal de Lisboa Millennium bcp continua a assinalar o compromisso da Trienal e da Fundação Millennium bcp com a promoção da excelência de indivíduos ou ateliers cujo trabalho e ideias tenham influenciado e continuem a ter um efeito profundo na prática e no pensamento actuais da arquitectura.

Atribuído com base em critérios de preeminência da sua contribuição para a arquitectura e práctica espacial, o vencedor da edição deste ano é o atelier francês Lacaton & Vassal.

Fundado por Anne Lacaton e Jean Philippe Vassal, em Paris, o atelier é reconhecido internacionalmente por um manifesto programa ético de reutilização de meios e estruturas, assim como pelas suas delicadas intervenções de reabilitação. Os seus projectos de referência são o Palais de Tokyo (Paris), Escola de Arquitectura de Nantes e Cité Manifeste (Mulhouse).

O curador-geral André Tavares afirma que “as obras de Lacaton & Vassal são um exemplo claro de como a inteligência da arquitectura é um bem partilhável que circula pelos quatro cantos do mundo para se materializar em formas construídas. A sua atenção aos programas e aos contextos de actuação tem sempre em conta essa responsabilidade da arquitectura pelo uso, sejam os usos das tecnologias e saberes construtivos disponíveis, sejam os usos que antecedem as construções, sejam os usos que lhes dão sentido e futuro. É uma dupla de arquitectos que já percorreu uma carreira merecedora deste prémio que, tenho a certeza poderá contribuir para o êxito das suas obras futuras".

José Mateus, presidente da Trienal, considera que “o trabalho de Lacaton & Vassal ganhou projecção mundial pela sua grande relevância e especificidade. Desde pequenas obras marcadas pelo questionamento de tipologias e de materiais que transitam do campo do seu uso habitual, adquirindo um novo estatuto, à actuação sobre arquitecturas pré existentes, reinventando-as para novos ciclos de vida, a sua obra é um exemplo extraordinário da capacidade de transformação que a arquitectura pode conter”.

Convidados pela direcção da Trienal, a partir de propostas dos curadores gerais, os membros do júri são figuras de destaque nas áreas da prática, curadoria, escrita e crítica de arquitectura, representando alguns dos contextos internacionais mais dinâmicos da disciplina. Foram eles: Andres Lepik (DE), director do Architecture Museum da Technische Universität de Munique Bijoy Jain (IND); arquitecta Cecilia Puga (CL); arquitecto Jorge Figueira (PT); crítico e professor Juan Herreros (ES); e arquitecto Niall Hobhouse (UK).

A cerimónia de entrega do prémio decorrerá no dia 15 de Novembro no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, seguindo-se uma conferência levada a cabo por Anne Lacaton e Jean Philippe Vassal.

O galardão do Prémio Carreira Trienal de Lisboa Millennium bcp é uma obra de arte encomendada especialmente para o efeito. O artista José Pedro Croft foi o escolhido para conceber o prémio desta edição, depois de Pedro Cabrita Reis (2007), Rui Chafes (2010) e Fernanda Fragateiro (2013).

Nas edições anteriores, foram distinguidos os arquitectos italiano Vittorio Gregotti (2007), o português Álvaro Siza Vieira (2010) e o inglês Kenneth Frampton (2013).

O Prémio Début Trienal de Lisboa Millennium bcp, já na 2ª edição, tem por objectivo reconhecer o trabalho e promover a carreira das novas gerações de arquitectos ou ateliers com menos de 35 anos.

Depois de uma criteriosa avaliação das mais de 140 candidaturas chegadas de todo o mundo, o júri internacional composto por André Tavares (PT), Fernanda Bárbara (BR), Luís Santiago Baptista (PT), Margarita Jover (ES), Mimi Zieger (US), Tetsuo Kondo (JP) e Tim Abrahams (UK) decidiu atribuir o prémio ao atelier UMWELT, sediado no Chile.

Segundo André Tavares, curador-geral e membro do júri, “o portfólio de trabalhos já realizados por esta dupla promissora combina obras já construídas com trabalhos de investigação muito relevantes. Não só se encontram laços entre o seu olhar crítico sobre a paisagem e o território, mas também existe uma forte ligação entre o pensamento conceptual e as estratégias de materialização das suas obras, em que o pensamento e o rigor da construção impulsiona a renovação do imaginário formal da arquitectura”.

Na primeira edição, em 2013, o vencedor foi Bureau Spectacular de Jimenez Lai (US).

A Fundação Millennium bcp patrocina o Prémio Carreira desde a sua criação, em 2007, e o Prémio Début desde 2013.

 

Foto: www.fracnpdc.fr