O Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré já se encontra aberto ao público. A obra foi concebida pelo ateliê português Aires Mateus.
A obra foi inaugurada no dia 10 de Março, na cidade de Tours, pelo presidente francês François Hollande. A cerimónia contou com a presença da rainha Sonjia da Noruega, do ministro da Cultura e da Comunicação de França, Audrey Azoulay, e da ministra francesa dos Assuntos Sociais e da Saúde, Marisol Touraine.
O arquitecto Manuel Aires Mateus declarou à agência Lusa que se trata de “uma obra que parte de um edifício pré-existente, em que conservámos a parte frontal, que era um grande volume e que nos interessa pela sua presença no tempo, mas também a presença naquele lugar. Esse grande volume também resolvemos homenageá-lo, transformando-o num grande vazio muito transparente e muito comunicante com o entorno, com a cidade”.
Seguiu-se depois “uma extensão do edifício" com dois espaços de exposição, sendo que, conforme o arquitecto explicou, “um ao nível do piso térreo, que é a chamada Black Box, um espaço para todo o tipo de actividades, e em cima um espaço de dupla altura que é uma White Box, muito grande, muito luminoso, com umas luzes vindas do céu, com luz natural”.
De acordo com Manuel Aires Mateus os “espaços são unidos por essa ideia de vazio ou de linha de luz”, permitindo que seja um “edifício muito comunicante com a cidade”, dando o exemplo de que “podia ser a comunicação do museu com um público em geral, de um museu que funcionasse 365 dias por ano, 24 horas por dia, mesmo quando está fechado”.Com 4.500 metros quadrados, o Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré vai contar com a exposição permanente do artista francês do abstracionismo lírico Olivier Debré (1920-1999) e acolher mostras de arte contemporânea internacional.
Recorde-se que este projecto foi vencedor do concurso que decorreu em 2012, tendo sido apresentado na exposição ‘Les Universalistes - 50 ans d'architecture portugaise’, na Cité de l'Architecture & du Patrimoine, em Paris, em 2016.
Refira-se ainda que esta dupla de arquitectos portugueses tem ainda em curso, também em França, um projecto residencial no 17.° bairro de Paris, um projecto residencial e de escritórios no bairro Confluences, em Lyon, e um projecto misto de habitação e escritórios em Bordéus, onde o seu ateliê também ganhou o concurso para o centro muçulmano mas que é um “projecto actualmente parado”.