No dia em que o cineasta Manoel de Oliveira celebra 106 anos estreia no Teatro Rivoli, no Porto, o seu mais recente trabalho, a curta-metragem “O Velho do Restelo”.

Esta curta-metragem, de 20 minutos, revisita a história nacional e coloca Luís de Camões, Camilo Castelo Branco, Teixeira Pascoaes e Dom Quixote à conversa num banco de jardim.

Perante esta ‘curta’ não se pode deixar de pensar que nem a idade parece abrandar Manoel de Oliveira na sua dedicação à sétima arte. Desde o filme “Douro, Faina Fluvial” (1931) até à sua mais recente obra de “O velho do Restelo” medeiam 83 anos de actividade. Anos que marcaram o cinema nacional e permitiram que tivesse ecos além-fronteiras.

Existem gerações que gostam de recordar o filme “Aniki-Bobó” ou “Amor de Perdição”, outros há que preferem “Os Canibais”, “Non, ou a Vã Glória de Mandar”, “Vale Abraão” ou o “Convento” ou mais recentemente “O Estranho Caso de Angélica”, “A Igreja do Diabo” ou “O Gebo e a Sombra”.

Sempre disse que só faz filmes pelo gozo de os fazer. Hoje, o “mais velho realizador do mundo em actividade” é reconhecido como um dos melhores cineastas de todos os tempos.