Em Setembro, a sede da Trienal, no Palácio Sinel de Cordes, transforma-se no cenário para os ‘Territórios Temporários’ criados por três dos mais interessantes artistas sonoros nacionais: Gustavo Costa, Diogo Alvim e Ricardo Jacinto.
No dia 9 de Setembro, arranca o ciclo de música onde Gustavo Costa, Diogo Alvim e Ricardo Jacinto mostram o resultado da resposta ao desafio de testar e explorar um sistema de prática de música em rede. As três intervenções artísticas cruzam as relações entre som, espaço e tempo, no contexto actual da era da informação e da era digital das redes.
Depois das cidades de Montemor-o-Novo e Porto, é agora altura de Lisboa receber o programa de criação e exploração da ideia de ‘Territórios Temporários’ que pretende abrir a discussão e desafiar a experimentação de um software de música em rede, assim como, reforçar e aprofundar uma investigação alargada em torno das possibilidades que interfaces de suporte digital trazem para os campos da difusão sonora e da escuta enquanto acto performativo.
No sábado, 9 de Setembro, entre as 17h00 e as 21h00, Gustavo Costa apresenta Control and Unpredictability nº6 (percussão e electrónica). Trata-se de um conjunto de acções onde é feita uma adaptação dos recursos instrumentais disponíveis segundo as características acústicas do Palácio Sinel de Cordes. Existem elementos fixos que são trabalhados individual ou colectivamente, servindo de base estrutural para moldar a forma e identidade da peça. Estes elementos são intercalados com apontamentos indeterminísticos que surgem de uma forma natural no decorrer do processo criativo e do acto performativo.
No dia 13 de Setembro, 17h00-21h00, Diogo Alvim apresenta 1/500 (electrónica), uma performance que estabelece uma relação com a cidade de Lisboa sustentada numa redução de escala. Assente numa rede que liga vários pontos da cidade através do som - Xabregas, Avenida 5 de Outubro e Rua de São Paulo - a peça propõe uma situação de escuta em que a espacialização sonora remete para o contexto geográfico alargado da cidade. Os sons destes lugares distantes entre si, interferem numa concentração sonora e espacial, um território temporário à escala 1/500.
A 16 de Setembro, 17h00-21h00, Ricardo Jacinto apresenta Medusa (violoncelo, electrónica e objectos). Medusa é um dispositivo nómada de carácter instrumental, projectado para incorporar um concerto de violoncelo solo que activa uma instalação sonora. Incorporando características sónicas e arquitectónicas específicas do local onde é apresentado, aborda questões de especificidade local tanto na configuração de instalação quanto no desempenho musical. Este sistema eletroacústico visa uma ‘transfiguração sónica’ do corpo do violoncelo quando em contacto com o local que alberga a sua performance.
‘Territórios Temporários’, espaço de intervenção sonora e aural num contexto específico de cidade, terá lugar no Palácio Sinel de Cordes, no Campo de Santa Clara, nº145 (à Feira da Ladra) dias 9, 13 e 16 de Setembro. O ciclo é de entrada gratuita e poderá ser seguido em directo em stress.fm.