A empresa nacional especializada na concepção e execução de unidades industriais Garcia, Garcia é a responsável pela requalificação e adaptação de uma fábrica devoluta, anteriormente ocupada pela Sardinha & Leite, em Gaia. Esta obra representou um investimento global de cerca de 7,3 milhões de euros.

O espaço da fábrica devoluta, até à data ocupada pela Sardinha & Leite, em Gaia, vai tornar-se, ainda este mês, na primeira unidade fabril do Grupo Grandvision, que representa as marcas Multiópticas, GrandOptical e Solaris, em Portugal. Com um investimento global de cerca de 7,3 milhões de euros, vai criar aproximadamente 90 postos de trabalho e produzir um milhão e meio de óculos graduados, 80% dos quais para exportação para diversos países europeus.

A Garcia, Garcia que, nos últimos três anos, cresceu 100% e está a construir dois projectos de Potencial Interesse Nacional (PIN) – a Casfil, no Parque Industrial da Ermida, em Santo Tirso – criado e explorado pela própria construtora –, e a BorgWarner, em Lanheses, Viana do Castelo, tem investido no desenvolvimento de competências e de técnicas de reabilitação que proporcionem uma intervenção sustentada a este nível, integrando as melhores práticas construtivas e as novas exigências funcionais e regulamentares. Foi, por isso, “com entusiasmo e convicção que a empresa se associou à multinacional Grandvision para desenvolver o projecto da nova unidade para o grupo, a implantar numa instalação fabril desactivada”, como partilha Carlos Garcia, um dos três irmãos da família Garcia que, há três gerações lidera a empresa de Guimarães.

A nova unidade fabril, que integra uma forte componente tecnológica e de inovação, permitirá à Grandvision aumentar significativamente a sua capacidade de produção. O projecto de adaptação e reabilitação do edifício de 8000 m2, focou-se na requalificação do espaço, adaptando-o às especificidades de produção da Grandvision, líder no retalho de óptica na Europa, com uma rede mundial de mais de 5.000 lojas em 41 países, 173 das quais (próprias) em Portugal.

Mantendo as características e a arquitectura da fachada do edifício, o projecto contempla o desenvolvimento das estruturas interiores, assim como de todos os sistemas e instalações de suporte à produção e áreas administrativas e sociais. A este nível, a definição de soluções técnicas que garantissem o compromisso entre qualidade e custo foram a principal preocupação, destacando-se a construção de um bloco social (balneários e vestiários) integrado na nave industrial, o reforço do isolamento das paredes, a reabilitação das zonas administrativas e os trabalhos de acabamentos interiores. As exigências da nova instalação fabril determinaram a substituição integral do piso da nave, a instalação de novos sistemas eléctricos, de telecomunicações e de AVAC, bem como a instalação de uma rede de ar comprimido. Ao nível da prevenção e combate e incêndios, o edifício foi equipado com clarabóia de desenfumagem.

Numa altura em que a reabilitação é apontada como área de enorme potencial económico para o sector da construção, mas cuja implementação em Portugal ainda é residual, a Garcia, Garcia encara a requalificação de edifícios industriais como um nicho a apostar. Afinal, após o encerramento de inúmeras unidades industriais nos últimos anos, estas constituem um património a que as empresas podem recorrer para novas instalações ou para concretizar os seus planos de expansão, encontrando em espaços devolutos condições, acessibilidades, etc. já existentes, em troca de um investimento muito mais reduzido. Foi esta a aposta da Grandvision, que instala, em Gaia, a sua primeira unidade fabril em Portugal, num edifício devoluto, em que a Garcia, Garcia assina o projecto e mostra que se tem vindo a preparar ao nível das competências para responder ao desafio da reabilitação.