A Assembleia Municipal de Portimão aprovou uma recomendação ao executivo camarário para que “suspenda imediatamente” o processo referente à construção de 300 camas turísticas na ria de Alvor. A proposta do empresário Aprígio Santos foi uma vez mais barrada.

O projecto, que corresponde a dois hotéis e dois conjuntos de vivendas, esperava pelo parecer do júri composto pela Câmara Municipal de Portimão, Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Turismo de Portugal e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve. 

Este conjunto turístico-imobiliário insere-se na Quinta da Rocha, na ria de Alvor, e tem sido, desde 2005, altura em que Aprígio Santos adquiriu a propriedade, alvo de diversas tentativas de urbanização. Inicialmente este promotor pretendia recuperar a área agrícola e 18 prédios urbanos registados como casas de lavoura. Mas agora o empreendimento que pretende desenvolver é apresentado como Núcleo de Desenvolvimento Turístico – uma figura inscrita no Plano Regional de Ordenamento do Algarve (PROTAL) aprovado em 2007. Este plano veio permitir a construção de mais 24 mil camas além daquelas que já estavam aprovadas. O concelho de Portimão, por ser um dos mais massificados, teve direito a 600 camas.

Ainda assim, a presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes, explicou que a recomendação para “suspender imediatamente” o processo não  terá efeitos práticos, sendo que “a câmara só se vai pronunciar na altura devida”. Em relação à proposta urbanística, enquadrada pela figura de Núcleo de Desenvolvimento Turístico (NDT), a autarca admite que possa vir a sofrer alterações: “Vamos analisar e ponderar todos os interesses, poderá haver redução do número de camas”. 

Refira-se que durante o período de consulta pública foram várias as vozes contra este projecto. Além das 1.400 pessoas que se manifestaram contra numa petição online, chegaram também mais de uma centena de reclamações à autarquia de Portimão.

Foto: Facebook Associação Defesa e Promoção da Ria de Alvor