A Câmara Municipal de Lisboa debate no dia 11 de Novembro a proposta para requalificar as antigas áreas industriais de Alcântara. O objectivo é instalar serviços nesta zona e criar espaços verdes junto ao rio.

Em cima da mesa, conforme consta do documento de proposta, está a possibilidade de “requalificar as antigas áreas industriais maioritariamente em desuso, criando condições para a fixação de actividades terciárias prestigiadas”. E, simultaneamente reabilitar “os espaços públicos existentes”, de forma a garantir “a continuidade do corredor verde entre a rotunda de Alcântara e o rio e estabelecer formas de proximidade à frente ribeirinha”. Além de se pretender também “promover a adequada recuperação dos solos, mediante a eventual descontaminação”, “assegurar as condições de concretização do Plano Geral de Drenagem da cidade e promover uma eficaz infra-estruturação do sistema de drenagem de águas pluviais superficiais e subterrâneas” e “racionalizar a rede viária de âmbito local e o sistema de transportes adaptando-os às novas funções urbanas previstas para a área”.

Em causa está a delimitação da Unidade de Execução de Alcântara Nascente que passa a abranger uma área intervenção de 47.852,55m2. A ser aceite, passa a integrar o eixo viário constituído pela Avenida da Índia, linha férrea, Avenida Brasília e nó de Alcântara (a Sul), a Avenida 24 de Julho (a Norte e a Nascente) e as ruas do Cais de Alcântara e de Cascais (a Poente), freguesia da Estrela.

No âmbito deste alargamento e intervenção de reabilitação está previsto o reordenamento das Avenidas 24 de Julho e da Índia e da Rua de Cascais e a criação de um parque de estacionamento reservado para residentes com capacidade de 200 lugares. Paralelamente vai assistir-se à instalação de um jardim, à criação de espaços verdes exteriores, percursos pedonais e arborização, além da requalificação da passagem pedonal entre a linha de Cascais e a Avenida Brasília.

Na reunião camarária vai ainda ser debatida a proposta para pôr fim ao “litígio decorrente do processo de alienação de um conjunto de terrenos sitos no Vale de Santo António”, na Penha de França, promovido em 2004 pela Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL). Recorde-se que a EPUL foi extinta em 2014, tendo as obrigações passado para o município que agora terá de devolver 44,7 milhões de euros à Sociedade de Construções Bernardino Soares, valor que havia sido pago pela aquisição (por contrato-promessa) de um terreno e três lotes e cuja efectivação estava dependente de um plano de urbanização que só seria aprovado mais tarde. A este valor acrescem ainda 1,3 milhões em juros.