A afirmação é do representante da Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista (APCMM) Filipe Santos que defende que se deve apostar na construção metálica em detrimento do betão.
Esta temática, entre outras, vai ser debatida no X Congresso da Construção Metálica e Mista da APCMM, que se realiza nos dias 26 e 27 de Novembro, em Coimbra.
Em comunicado da associação, Filipe Santos refere que “as verbas europeias não podem financiar betão outra vez. O Portugal 2020 tem de se fazer com construção metálica, sobretudo a reindustrialização de que o País tanto precisa e que os nossos empresários estão a protagonizar”. E explica porquê: “As soluções metálicas são mais competitivas porque, desde logo, incorporam mais tecnologia do que o betão: baseiam-se em elementos pré-fabricados que são mais leves e, por isso, viajam melhor e com menos custo para qualquer parte do mundo”. Além disso, “a possibilidade de reciclagem é total, o que não só baixa drasticamente os custos, como diminui a pegada ecológica”.
Filipe Santos afirma ainda que “como as empresas portuguesas se tornaram extremamente competitivas a nível mundial, nomeadamente devido à sua ligação à investigação académica, é fundamental antecipar o que aí vem em termos tecnológicos e comerciais para podermos usar todo o nosso potencial e ganhar mais dinheiro”.
Perante esta realidade, deixa “um aviso muito sério ao próximo Governo: as verbas do novo quadro de apoio europeu - o Portugal 2020 - não podem voltar a financiar bens não transaccionáveis em betão”.
Refira-se que a construção metálica portuguesa abrange desde edifícios de habitação e de escritórios, até fábricas ou a pontes e viadutos, a par de infra-estruturas de prospecção de petróleo e de gás, estruturas das energias renováveis (solar ou eólica) e produção de máquinas industriais. Trata-se de um sector responsável por 16 mil postos de trabalho directos e tem crescido nos últimos anos a um ritmo de 30% ao ano, tendo representado em 2014 um volume de negócios superior a 1.500 milhões de euros.
Cerca de 80% da sua produção é exportada, sobretudo para países como a França, Bélgica e Holanda, bem como para nações da África Austral, Magrebe e América Latina.
Foto: APCMM facebook