A Lucios questiona o futuro da empresa em Portugal, por isso, os próximos dois anos vão ser decisivos na sua estratégia e posicionamento no País. Ainda mais, quando as obras em França e Moçambique dão sinais de volumes de negócio muito positivos.
Os próximos dois anos são fundamentais para a Lucios perceber qual vai ser o futuro da empresa em Portugal. Filipe Azevedo explica que estão a estudar a melhor estratégia: "Se temos de nos redimensionar aqui em Portugal e para que tipo de redimensionamento é que tem de ser. Por isso, “2014 e 2015 serão decisivos para percebermos se conseguimos em Portugal manter esta dimensão ou se temos efectivamente que fazer uma optimização ainda maior da estrutura".
Com algum pesar, questiona mesmo “se vale a pena fazer o esforço para nos mantermos em Portugal nesta grandeza porque as oportunidades são tão poucas, diminuíram efectivamente bastante". Por isso mesmo, a Lucios pretende reduzir o volume de negócios nacional de 80% para cerca de 55% no próximo ano.
Esta é, no entanto, uma realidade que contrasta com a estratégia internacional da empresa, onde as operações em Moçambique e em França estão a avançar. Refira-se que a Lucios possui cerca de 60 funcionários em Moçambique e conta com uma equipa de gestão em França. "É precisamente aquilo que, neste momento, Portugal não tem para nos oferecer. Estamos já em obra e estão a começar a aparecer outras oportunidades, não só em Vichy. A estratégia em França foi entrar pela reabilitação, onde temos conhecimentos adquiridos que nos permitem fazer alguma diferença na parte técnica", afirmou Filipe Azevedo.
À primeira vista, França não é, neste momento, o melhor destino para as empresas à procura de obras para concretizar. Mau grado, Filipe Azevedo revela que sempre tiveram "uma grande vontade" de lançar-se nos mercados europeus, não colocando "os ovos todos no mesmo cesto", que seria o caso de África. No continente africano, mais concretamente o mercado de Moçambique já vai representar em 2013 uma facturação entre os cinco e os seis milhões de dólares (3,6 a 4,4 milhões de euros) que, aliás, neste momento já se encontra acima dos 50 milhões de euros anuais.
Depois de Moçambique segue-se o Gana, em parceria com uma companhia imobiliária já presente naquele país. A este propósito, Filipe Azevedo esclareceu que estão a “estudar uma parceria com uma empresa portuguesa que não é da nossa área, é do imobiliário, mas que nos permite entrar de forma mais célere e concentrados na nossa actividade”.
Foto: Sena Hotel Business & Spa, Moçambique