A Prime Yield e a SRS Advogados apresentaram o estudo ‘Reabilitação para Uso Residencial em Lisboa’. Uma das conclusões avançadas é que os apartamentos reabilitados nas zonas históricas de Lisboa são 18% a 38% mais caros do que no resto da cidade.
Os apartamentos integrados em projectos de reabilitação urbana na zona da Baixa/Chiado e Avenida da Liberdade apresentam um valor médio de oferta de 6.089 euros/m2. Trata-se do valor mais elevado para este tipo de produtos em Lisboa e está entre 18% e 38% acima dos valores médios de oferta apresentados noutras zonas da cidade para o mesmo tipo de produto.
O documento debruça-se sobre a oferta habitacional resultante de projectos de reabilitação urbana na capital, integrando ainda uma componente jurídica com o enquadramento legal de relevo para o desenvolvimento da actividade de reabilitação urbana.
Para José Velez, director executivo da Prime Yield, “é evidente que a reabilitação urbana domina a actividade de construção em Lisboa e que, especialmente no último ano, os projectos de habitação ganharam uma enorme expressividade na nova oferta imobiliária reabilitada. E se o investimento neste segmento foi inicialmente muito impulsionado pela crescente procura da cidade por parte dos estrangeiros, atualmente os compradores internos estão também mais dinâmicos na procura por este tipo de habitação”, refere.
De acordo com o estudo, a zona histórica da cidade – que compreende as áreas da Baixa, do Chiado e da Avenida da Liberdade – é a mais dinâmica na reabilitação para uso residencial, concentrando 67% dos apartamentos actualmente em desenvolvimento em projectos de reabilitação. Esta é também a zona mas cara, com um asking price médio – isto é, o valor médio de oferta - de 6.089 euros/m2, que apresenta um prémio de 18% face à zona das Avenidas Novas. Esta última, com um valor médio de oferta de 5.174 euros/m2, é a segunda mais cara para este tipo de apartamento e concentra 14% da oferta em desenvolvimento na cidade.
Já a zona da Arroios/São Vicente/Penha de França é destino de 11% do volume da oferta habitacional integrada em reabilitação urbana, apresentando um valor médio de oferta de 4.507 euros/m2, um patamar 35% abaixo da zona com o valor médio mais elevado. Com um valor médio semelhante (4.414 euros/m2) e 8% da oferta, a zona da Estrela/Campo de Ourique é a que apresenta um maior diferencial de preços de oferta (nomeadamente de 38%) face à zona histórica, apura o estudo.
Em termos de caracterização da oferta, o estudo revela que são as tipologias T2 e T3 as mais comuns nos projectos de reabilitação urbana para uso residencial, destacando ainda que a maioria dos projectos se dirige aos segmentos médio-alto e alto. O documento incide sobre uma amostra de 775 apartamentos integrados em projetos de reabilitação urbana distribuídos por quatro zonas da cidade, estando a maioria desta oferta já em fase de construção e estimando-se que cerca de 50% deste volume de apartamentos esteja já comercializado.
O documento reflecte ainda sobre o enquadramento legal relevante para a reabilitação urbana, apresentando uma análise de medidas jurídicas nas áreas de fiscalidade, promoção, ocupação e captação de investimento com impacto nesta área de actividade.
“A relevância que a reabilitação urbana assume na actualidade resulta seguramente do aperfeiçoamento histórico e sistemático dado ao tratamento político e jurídico das matérias que, directa e indirectamente, estão envolvidas no tema da reabilitação urbana. Com efeito, foram, e são atualmente muitos, os instrumentos legais que de uma forma ou de outra visam implementar princípios, regras, e estratégias de reabilitação urbana, bem como a impor, a incentivar ou a facilitar a sua execução”, destaca Francisco Pereira Miguel, advogado coordenador do departamento de Direito Imobiliário da SRS Advogados.
Foto: Anabela Loureiro