De acordo com a Análise de Conjuntura da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), após 13 anos de quebras, assistiu-se a uma evolução positiva de todos os seus segmentos de actividade deste sector.
A FEPICOP avança que, em 2015, verificou-se um crescimento de 3,0% do Valor Bruto de Produção (VBP) do sector da Construção, o que conduziu a uma evolução positiva de todos os seus segmentos de actividade: +5,0% no segmento da construção residencial, +5,1% no segmento da construção de edifícios não residenciais e +1,0% nos trabalhos de engenharia civil.
Esta evolução positiva, que se segue a 13 anos consecutivos de quebras do seu volume de produção, reflectiu-se nos crescimentos de 4,1% do investimento em construção e de 3,7% do VAB das empresas de construção (de acordo com os valores das Contas Nacionais Trimestrais disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística).
O emprego acompanhou o aumento da produção, com um crescimento de 0,6% em 2015, tal como o consumo de cimento (+6,9%).
Esta entidade avança ainda que o desempenho positivo do sector assentou no forte dinamismo do segmento imobiliário, resultante do aumento da procura, particularmente a oriunda do exterior. Em termos de transacções imobiliárias, no mercado residencial destaca-se o forte aumento do montante das novas operações de crédito para aquisição de habitação (+74%). Já no que concerne à construção nova de habitação, verifica-se um expressivo aumento do licenciamento (+19%), após 15 anos consecutivos de redução no número de fogos licenciados.
O mercado das obras públicas, reflectindo a política orçamental restritiva e a redução do investimento público, manteve-se em declínio, com quebras de 37% no valor dos contratos de empreitadas de obras públicas e de 19% no montante de obras postas a concurso.
Para 2016, a FEPICOP antecipa uma evolução positiva, mas mais moderada do que em 2015, do nível de actividade da Construção, que poderá crescer 2,5%, com o segmento residencial a registar a evolução mais positiva (+4,0%), ao contrário da engenharia civil, com a taxa de evolução mais moderada (+1,5%). A construção não residencial deverá crescer em redor dos 3,0%.
Foto: Anabela Loureiro