A AECOPS publicou a mais recente edição dos Cadernos da Internacionalização onde apresenta os resultados da actividade do sector da construção no estrangeiro relativos ao ano de 2012. Ano em que as empresas nacionais consolidaram as suas estratégias de internacionalização, sobretudo em mercados extracomunitários.
Segundo este documento, em 2012, as empresas de construção consolidaram as suas estratégias de internacionalização, sobretudo em mercados extracomunitários, marcando presença em mais de 30 países, num contexto de quebra significativa do mercado interno.
O volume de negócios obtido no exterior rondou os cinco mil milhões de euros e o valor atingido em novas contratações ultrapassou os quatro mil milhões de euros, num universo estimado de cerca de 5.560 empresas. Globalmente, a actividade de construção desenvolvida no exterior intensificou-se em 2012, a avaliar pelo aumento do volume de negócios, que apresentou um acréscimo de 20% face ao ano passado. Já os novos contratos celebrados revelaram uma quebra de 31% relativamente a 2011, ano marcado por um pico de novas contratações.
O decréscimo de novos contratos registado em 2012 foi mais acentuado na Europa, local onde, em contrapartida, ocorreu um ligeiro aumento do volume de negócios comparativamente a 2011. De acordo com as estatísticas dos EIC - European International Contractors, o volume de negócios das empresas de construção portuguesas no exterior quase triplicou entre 2006 e 2012, passando de 1.7 mil milhões para quase cinco mil milhões de euros, o que traduz o sucesso da sua aposta estratégica na internacionalização.
Em termos de distribuição geográfica, África, com 3.694 milhões de euros em volume de negócios e 2.491 milhões de euros em novos contratos, continua a ser o principal mercado externo, representando, respetivamente, 74% e 57% do total da actividade no exterior em 2012. Notório é o peso da actividade em Angola, que atingiu 2.658 milhões de euros em volume de negócios e 1.664 milhões de euros em novos contratos, traduzindo, respectivamente, 53% e 38% do total das verbas contabilizadas fora de Portugal (44% e 36% em 2011).
A seguir a Angola, Moçambique (8%) e o Malawi (5%) são os países africanos com maior expressão em termos de volume de negócios gerados externamente. Por outro lado, a Argélia foi o país onde as novas contratações, num montante de 303 milhões de euros, atingiram o terceiro valor mais elevado no continente africano (7% do total).
A segunda maior percentagem do volume de negócios foi obtida na Europa (13%), a que corresponde um valor de 668 milhões de euros e, em termos de novos contratos, os países europeus representaram apenas 8% do total da actividade no exterior.
Os países da América Central e do Sul ocupam, assim, a terceira posição em termos de importância relativa no contexto da internacionalização do sector, sendo responsáveis por cerca de 10% do volume de negócios obtido fora de Portugal, a que corresponde um montante de 477 milhões de euros.
Foto: Anabela Loureiro