No encontro promovido pela Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), no Porto, o secretário de Estado da Internacionalização lançou o repto às empresas de construção e do imobiliário a adoptarem uma estratégia de “cooperação triangular”. O objectivo é aproveitar o seu know-how para usufruírem de financiamentos estrangeiros.

No dia 26 de Julho debateu-se a ‘Internacionalização: Planeamento e Informação Estratégica para as Empresas do Sector da Construção e do Imobiliário’ na sede da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) que contou com cerca de 40 empresas e membros do Governo. No final do evento, em declarações aos jornalistas, Jorge Costa Oliveira avançou que o Governo vai “identificar o potencial que existe, ver que financiamento estrangeiro existe e desafiar empresas portuguesas a fazer candidaturas em mercados, seja através de parcerias, seja com cofinanciamentos”, destacando que uma das empreitadas “com interesse e potencial” está localizada no Dacar e envolve “forte financiamento do Banco Europeu de Investimentos”.

Neste âmbito o secretário de Estado revelou que “há projectos com financiamento internacional que estão em cima da mesa e poderão surgir parcerias tão breve quanto possível”. Muito embora tenha admitido que “as empresas portuguesas têm conhecimento e uma grande capacidade de adaptação ao terreno, mas têm muitas vezes ou escassez de capital ou dificuldade em obter financiamento”.

Já o presidente da CPCI, Reis Campos, considerou que “as parcerias fazem todo o sentido”, salientando que “os esforços que as empresas fazem, tornam-nas mais fortes”.

Recorde-se que a secretaria de Estado da Internacionalização realizou recentemente missões na China e no Irão. Um dos convidados desta comitiva foi a CPCI que, no presente evento e na pessoa do seu presidente, avançou que pode estar na calha uma missão desta natureza a Cuba.De acordo com os dados da CPCI, de Dezembro de 2014, os sectores do imobiliário e da constru

ção representam no volume de negócios no exterior de 10,4 mil milhões de euros, traduzindo um volume de negócios de 16,6% de Portugal. Deste valor, 63% corresponde ao mercado africano, estando metade ligado a Angola.

A este propósito Reis Campos referiu que “a situação mais delicada em mercados como o de Angola ou de África em geral” foi abordada na reunião e que o secretário de Estado terá dito na mesma que “esteve reunido com o Banco Nacional de Angola e está a fazer esforços para resolver problemas como salários e pagamentos”, uma vez que “África para nós é um mercado significativo, ainda que hoje perspetivemos outros países importantes como Peru, Chile, Colômbia, Cuba, Paraguai e Uruguai. E faz todo o sentido que a Europa seja também um mercado prioritário para o nosso setor", concluiu Reis Campos.

Foto: Anabela Loureiro