A Câmara Municipal do Porto avançou que pretende entregar no mês de Setembro as primeiras 35 casas reabilitadas no âmbito do programa de requalificação do centro histórico.

O anúncio foi proferido pelo vereador da Habitação, Manuel Pizarro, na visita aos edifícios situados nas ruas de Trás e dos Caldeireiros (próximo do largo dos Lóios e da Torre dos Clérigos) que vão ser reabilitados de forma a alojar as famílias inscritas na empresa municipal Domus Social.

De acordo com a autarquia, numa primeira fase e ao longo de dois anos, vão ser instaladas 130 famílias em 57 casas e 17 edifícios municipais. Neste sentido, Manuel Pizarro avançou que as primeiras casas estão “praticamente prontas” para serem entregues e as mesmas localizam-se nas zonas da Ribeira, Sé e Miragaia. Estas famílias vão poder contar com o Regime de Arrendamento Apoiado, pagando em função dos rendimentos do agregado familiar.

O vereador da Habitação declarou que esta acção visa “contrariar o que aconteceu nas últimas décadas e fazer com que o enorme impacto do turismo na regeneração urbana desta zona seja também acompanhado pela possibilidade de pessoas de todas as classes sociais morarem no centro histórico”. Por isso mesmo a edilidade está “activamente à procura de novas oportunidades para que este programa seja alargado”.

Manuel Pizarro garantiu que, pelo facto de “a câmara ter o direito de opção sobre imóveis no centro histórico”, nos casos em que os “imóveis cujo preço e a possibilidade de reconversão sejam interessantes, vamos exercer essa opção”. Aliás, nesta visita o presidente da autarquia portuenses, Rui Moreira, revelou que “nos próximos dias” vão “exercer o seu primeiro direito de opção”, muito embora não tenha adiantado mais informações.

Na Domus Social, actualmente, a “maior espera” é por casas com tipologias T1 e T2. Ainda assim, este programa pretende vir a “libertar casas com tipologias maiores” e para tal muito poderá contribuir o ‘intercâmbio’ entre inquilinos. Para o efeito dá o exemplo: “Um casal de idosos que vive sozinho num espaço com três quartos poderá estar disposto a trocar para habitações menores”.

Recorde-se que este programa de requalificação visa promover o regresso aos centros históricos da cidade portuense de famílias que actualmente vivem em bairros periféricos. Orçado em mais de quatro milhões de euros, este programa conta com a participação da autarquia em cerca de metade e da extinta Fundação para a Zona Histórica do Porto em dois milhões de euros.

Rui Moreira salientou que “os municípios são os grandes investidores em património habitacional para disponibilizar aos seus habitantes”, realidade que se passa não só no Porto como em outras cidades mundiais como Nova Iorque ou Paris.

Foto: Turismo Norte e Porto