O alerta foi dado pela Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC) que afirma que a reabilitação, que nos últimos anos tem sido “praticamente o único factor dinâmico do mercado da construção em Portugal”, vai começar a “dar sinais de esgotamento a breve prazo”.

Esta será uma das problemáticas que vai ser abordada, no 19.º Congresso Nacional da APCMC, subordinado ao tema ‘Responder às Exigências do Mercado da Reabilitação’, que decorrerá no dia 28 de Outubro, em Lisboa.

O secretário-geral da APCMC, José de Matos, explica que “induzida pelo aumento do turismo” e “concentrada sobretudo nas zonas históricas de Lisboa e do Porto”, a reabilitação urbana – aquela que tem sido nos últimos anos “praticamente o único factor dinâmico” da construção em Portugal – está já a mostrar-se insuficiente para continuar a aguentar economicamente o sector e, inclusivamente, “esgotar-se-á dentro de três ou quatro anos”.

Face a este cenário, José de Matos aponta reconhece também que “graças ao interesse dos investidores estrangeiros” se realizou a “difícil” e “onerosa” tarefa da reabilitação em vários núcleos das duas cidades mais populosas do País, “correspondentes a habitantes e proprietários de uma faixa com poucos rendimentos”.

Por isso, propõe dois trajectos alternativos ao modelo actual. Em primeiro lugar, José de Matos diz que “há que reabilitar o resto das cidades e os seus edifícios menos recentes”, o que pressuporá “mais crédito”, “maior capacidade financeira das famílias” e “alguns incentivos que ajudem a uma transição” para prédios de melhor eficiência energética, mais saudáveis e de conforto superior ao actual.

O segundo trajecto alternativo prende-se com “aproveitar a oportunidade potenciada pelo interesse dos investidores estrangeiros” em Lisboa e no Porto para “promover uma regeneração mais abrangente”, tornando-as “pólos de atractividade económica e de criação de empregos qualificados, com uma nova dinâmica demográfica e constituindo âncoras do crescimento económico”.