“Liderado pela Bosch, o Clube de Fornecedores (do Programa Interface Governo) terá um investimento de 100 milhões de euros até 2020 e permitirá capacitar 40 fornecedores nacionais com conhecimento crítico, processos ágeis, flexíveis e competitivos que lhes permitam ser mais competitivos”, anunciou a empresa.

Em comunicado, a Bosch refere que prevê que “sejam criados cerca de 300 novos postos de trabalho derivados do aumento da competitividade das empresas”.

O Clube de Fornecedores está integrado no programa Interface Governo e tem como objectivo potenciar o aumento das exportações e contribuir para uma economia mais resiliente, sendo que a coordenação científica ficará a cargo da Universidade do Minho, que é parceira da Bosch em projectos de investigação e desenvolvimento.

A Bosch compra a fornecedores portugueses cerca de 10% dos componentes utilizados nas suas três unidades de produção no mercado português e espera aumentar para 15% a 25%, investindo cerca de “80 a 100 milhões de euros na compra de componentes em Portugal”.

Carlos Ribas, responsável pela Bosch em Portugal, citado no comunicado, explica que “queremos substituir as nossas importações e contribuir para o crescimento do valor acrescentado nacional”. Acrescentando que “para que este objectivo seja cumprido, temos de ter acesso a uma rede de fornecedores nacionais competitivos que sejam capazes de desenvolver uma cadeia de valor mais eficaz e mais eficiente”.

A Bosch defende ainda que “esta associação entre empresas de diversos sectores poderá ainda viabilizar projectos de inovação de grandes empresas e/ou multinacionais, e ajudar as empresas nacionais na sua internacionalização”.

Refira-se que o Programa Interface, incluído no Programa Nacional de Reformas e com o objectivo de promover a densificação efectiva do território nacional em termos de actividades baseadas em conhecimento, é apresentado no dia 23 de Fevereiro no Pátio da Galé, em Lisboa.

O evento conta com a presença do Primeiro-Ministro António Costa e dos ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

Recorde-se que, em Janeiro, o Primeiro-Ministro referiu que o Programa visa “pôr em contacto empresas, universidades e politécnicos, conhecimento e necessidades”, promover o “desenvolvimento através de oportunidades de investigação e desenvolver produtos a partir de investigações já concluídas”.

A sessão inclui o lançamento do conceito de ‘Laboratório Colaborativo’, com o objectivo de consolidar e promover a capacidade e o potencial que as comunidades científicas e académicas apresentam para fazer face à oportunidade de relacionar o conhecimento com o bem-estar e o desenvolvimento social e económico em Portugal, como recentemente disponível através da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Os Laboratórios Colaborativos afirmam-se como associações de unidades de investigação, instituições de ensino superior, empresas, instituições intermédias e de interface, centros tecnológicos, associações empresariais e parceiros relevantes do tecido produtivo, social e cultural.Tendo como meta garantir um programa de Agendas de Investigação e Inovação identificadas e

assumidas de forma colaborativa, consagrando um efectivo compromisso com o conhecimento e a ciência que estimule o emprego científico, os Laboratórios Colaborativos têm como objectivo facilitar a criação de emprego qualificado, gerar valor económico e mobilizar a capacidade de produção industrial.