Em Junho de 2013, o saldo do crédito concedido às empresas de construção era inferior a 19 mil milhões de euros, o que, de acordo com a análise de conjuntura da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), relativa ao mês de Agosto, traduz um recuo para os níveis de Julho de 2004.

A análise de conjuntura da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), relativa ao mês de Agosto, é pouco animadora para o mercado da construção. Com efeito, os dados reportados a Junho de 2013 revelam que o saldo do crédito concedido às empresas de construção era inferior a 19 mil milhões de euros, situação esta só comparável com os níveis de Julho de 2004.

O número de trabalhadores da construção tem vindo também a diminuir, regressando a valores apenas observados na década de 90 do século passado. No segundo trimestre do ano, o Inquérito ao Emprego apurou 301,9 mil trabalhadores no sector da Construção, o que reflecte uma destruição de 11,2 mil postos de trabalho face ao trimestre anterior e uma diminuição de 72,6 mil relativamente há um ano.

Para o futuro, as perspectivas de evolução do sector permanecem sombrias, com os indicadores que antecipam a evolução futura da produção a manterem um perfil negativo. Assim, enquanto o licenciamento habitacional sofreu reduções homólogas assinaláveis durante o primeiro semestre de 2013, com quebras de 35,6% na área licenciada e de 40% no número de fogos licenciados, os dados do licenciamento para construção de edifícios não residenciais registaram variações de -16,4%. Já as adjudicações de concursos públicos, indicador que espelha a evolução do investimento público, registaram uma quebra homóloga de 25% em valor durante os primeiros sete meses de 2013.

Deste modo, e com todas as componentes da procura dirigida à construção a manterem-se em declínio, o sector continuará a defrontar-se com fortes dificuldades, refletidas no forte ajustamento que o tecido empresarial tem vindo a sofrer e que tem vindo a traduzir-se, entre outras situações, no elevado número de insolvências registadas na construção: 764 empresas até meados de Agosto, quase 20% do total de insolvências registadas em Portugal nos meses já decorridos de 2013.

AECOPS

Foto: Anabela Loureiro