Portugal está a manter bons níveis de investimento e a reconquistar a confiança dos investidores imobiliários. Este comportamento do mercado nacional é reportado no estudo Market Pulse, da consultora JLL.
A JLL acaba de divulgar o seu mais recente Market Pulse, referente ao comportamento do mercado imobiliário português no segundo trimestre deste ano. De acordo com a consultora, o mercado de investimento imobiliário português manteve o dinamismo iniciado no final do ano passado, com €119 milhões transaccionados nos primeiros seis meses do ano, €90 milhões dos quais durante o segundo trimestre.
Além de manter bons níveis investimento, o mercado português está a reconquistar de forma mais expressiva a confiança dos investidores imobiliários, que exigem agora retornos menores para os seus investimentos, com as yields a descerem entre 100 e 50 pontos base em praticamente todos os segmentos no segundo trimestre.
O director geral da JLL Portugal, Pedro Lancastre, considera que “esta é a prova de que o mercado português se mantém uma boa aposta para os investidores, com níveis crescentes de procura para produtos de investimento. Mostra também que os investidores estão a recomeçar a olhar para o mercado com estratégias não tão imediatistas e tipicamente de investimento oportunístico, e mais com uma perspectiva de médio-prazo. Acresce que, ao longo dos dois últimos anos, o mercado ganhou maior exposição internacional, captando investidores de novas nacionalidades, além das que tradicionalmente já investiam em Portugal”.
Pedro Lancastre conclui ainda que “os níveis de confiança mais elevados também já se reflectem na actividade ocupacional, quer de escritórios quer de retalho, mantendo-se a trajectória ascendente na procura de espaços. Podemos dizer que as perspectivas para o mercado imobiliário português este ano são bastante positivas e parecem indicar que o ciclo de queda chegou ao fim. Contudo, o comportamento da economia vai ser determinante e apesar dos indicadores mais importantes estarem a evoluir positivamente, a confiança internacional no país exibe ainda alguma volatilidade e é crucial continuar a consolidar a imagem externa do País”.
O estudo da JLL mostra que as yields exigidas pelos investidores em imobiliário português apresentaram no segundo trimestre do ano uma descida generalizada face ao mesmo período do ano passado, atingindo menos 100 pontos base nos escritórios no Prime CBD (7,00%) e no comércio de rua em Lisboa (6,5%), que registam as yields mais baixas. À excepção dos escritórios no Corredor Oeste (10,0%) e dos retail parks (9,00%), cujas yields se mantiveram inalteradas e são as mais elevadas, todos os restantes segmentos registaram contração das taxas de retorno exigidas pelos investidores face ao passado, evidenciando descidas entre 50 a 100 pontos base.
Tome-se nota que, neste estudo, para efeitos de contabilização do investimento imobiliário está apenas considerado o investimento em imobiliário comercial (excluindo habitação) e a aquisição de imóveis de rendimento, ou seja, aqueles que têm potencial de gerar rendimento imediato para o seu proprietário. Excluem-se também os imóveis adquiridos para posterior reabilitação.
Foto: Sintra Retail Park