Os níveis de confiança no mercado de compra e venda de habitação em Portugal completaram, em Novembro, 12 meses em terreno positivo. Esta realidade está patente nos últimos dados disponíveis do inquérito mensal Portuguese Housing Market Survey (PHMS, produzido pelo RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors) e pela Confidencial Imobiliário (Ci).

Em Novembro de 2014, o Índice de Confiança Nacional apurado pelo PHMS subiu ligeiramente para +17, seguindo o resultado de +14 observado em Outubro e encontrando-se em território positivo desde há 12 meses.

De acordo com o director da Ci, Ricardo Guimarães, a maior abertura da banca à concessão de crédito poderá estar também na base dos níveis positivos de confiança, já que “ pela primeira vez em anos, muitos agentes imobiliários estão agora a reportar que se tem observado um aumento do crédito fornecido por alguns bancos. Até há pouco tempo, apesar da recuperação do mercado, os bancos eram efectivamente vistos como mantendo a ‘porta fechada’”.

O economista senior do RICS, Josh Miller, acrescenta que “a actividade no mercado de compra e venda recuperou a um ritmo equilibrado ao longo de grande parte do ano passado e, de forma animadora, os inquiridos esperam que este progresso acelere no futuro. Ainda assim, o crescimento relativamente forte do emprego registado nos últimos trimestres terá de continuar para fornecer apoio adicional ao mercado”.

Os resultados do PHMS de Novembro apontam para uma recuperação contínua da actividade no mercado de compra e venda de habitação a nível nacional, embora com diferentes performances nas várias regiões analisadas. Em termos nacionais, as novas instruções de compra voltaram a aumentar, pelo décimo mês consecutivo, embora a um ritmo mais lento. Também as transacções continuaram a aumentar, marcando igualmente o décimo mês consecutivo no qual foi reportada melhoria. Apesar do aumento de actividade, os preços registaram, a nível nacional, uma ligeira queda, embora esta tendência não seja comum a todas as regiões. Em Lisboa, os preços das casas mantiveram-se inalterados, mas continuaram a cair no Porto e, em menor escala, no Algarve.

Já no mercado de arrendamento, o ligeiro acréscimo de procura por parte dos arrendatários associado a uma queda da oferta por parte dos proprietários, tem ajudado a estabilizar as expectativas relativas a rendas, que estão a aproximar-se de um território neutro. Ainda assim, as rendas continuaram a cair em Novembro.

Foto: Anabela Loureiro