Desde que o director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras foi detido que se encontra em 'stand by' quer a atribuição de novos vistos quer a renovação dos já existentes. Isto está a deixar os cidadãos chineses insatisfeitos e com vontade de deixar de investir em Portugal.
A notícia é avançada pelo Observador que dá conta que os cidadãos chineses já manifestaram o seu descontentamento em relação à forma como está a decorrer o processo de atribuição de Vistos Gold desde que se colocou em acção a Operação Labirinto.
Recorde-se que esta operação está relacionada com crimes de corrupção relacionados com a atribuição de Vistos Gold e da qual resultou as detenções do director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Palos, do presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), António Figueiredo, e da secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria Antónia Anes.
Segundo o Observador, desde essa altura que a atribuição de novos vistos e a renovação dos já existentes encontra-se num impasse que está a deixar vários cidadãos chineses determinados a desistir de investir em Portugal.
Bao Hong, que faz a ligação entre escritórios de advogados chineses e portugueses, contou ao Observador que, assim que foi anunciado que a lei iria ser alterada, começou a ser contactado por vários cidadãos oriundos da China que pretendem desistir de investir em Portugal. Segundo este interlocutor, "alguns preferem iniciar o processo noutros países por causa da instabilidade da lei".
Do mesmo modo, o intérprete contactado pelo Observador revela que existem pessoas à espera há já quatro meses pela renovação dos seus vistos e que isso os tem privado de entrar em Portugal onde já adquiriram imóveis e onde investiram milhares de euros, uma vez que a lei portuguesa nesta matéria obriga a que os processos sejam resolvidos no espaço de 30 dias. Para o presidente da Liga de Chineses em Portugal quer parecer que "desde a detenção do director, o pessoal do SEF tem medo de tomar uma decisão".
Para se te uma noção do impacte desta realidade basta olhar para os números avançados pelo Observador: antes da Operação Labirinto eram atribuídos mensalmente entre 180 a 200 vistos, agora o número desceu para cerca de 120 e 130.
Foto: Turismo de Lisboa/www.visitlisboa.com