Este valor é avançado pelo presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, que vem, assim, contrariar as notícias avançadas de que a 'Operação Labirinto' tinha originado quebras na atribuição de vistos. O mesmo revela que os chineses, brasileiros e russos dominam a aquisição de bens imóveis através do programa ARI.
De acordo com os dados da APEMIP foram concedidas até ao final de Fevereiro de 2015, 2203 Autorizações de Residência para Investimento (ARI), das quais 2088 por via do requisito da aquisição de bens imóveis, pelo que esta modalidade representa cerca de 95% do total dos vistos atribuídos. O mês de Fevereiro, apesar de mais curto, registou um valor de 103 vistos concedidos, registando um acréscimo face ao mês de Janeiro.
Para Luís Lima, presidente da APEMIP, estes números confirmam que “ao contrário do que tem sido publicado na imprensa recentemente, não existiu nenhuma quebra brutal no número de vistos atribuídos, relacionada com a Operação Labirinto” e acrescenta que “este tipo de notícias faz-nos tirar ilações erradas sobre o real impacto que este escândalo teve na confiança de potenciais investidores estrangeiros. É natural que tenha havido uma retração, na medida em que o impacto mediático deste escândalo foi brutal, mas sem as dimensões dramáticas de que se falou”.
Os chineses mantêm-se no topo da lista dos cidadãos que mais procuram este programa, com um total de 1777 vistos concedidos, mas o grande destaque vai para o Brasil que se segue na lista com um total de 74 autorizações de residência concedidas. A este respeito, o presidente da APEMIP não se revela surpreendido. “Os chineses continuam, sem grandes surpresas, a ocupar o topo da lista, o que acontece desde a criação deste programa. Já o Brasil, passou a ocupar o segundo lugar, algo que eu já previa desde o ano passado, especialmente depois de uma missão que fiz a este país, em que senti um interesse crescente pelo imobiliário português e pelos programas de captação de investimento que temos no país, tal como transmiti nesta mesma altura. Daqui para a frente, acredito que o investimento brasileiro terá um crescimento acentuado”, declarou.
Em termos de investimento total, desde a sua criação os Vistos Gold já trouxeram para o País cerca de 1,3 mil milhões de euros, sendo que a aquisição de bens imóveis supera já os 1,2 mil milhões de euros o que confirma as expectativas de Luís Lima sobre o sucesso deste programa. “Estes números são representativos da importância que o programa ARI tem para a captação de investimento para o País, mas também pelo destaque dado ao sector imobiliário, que continua a ser o método eleito pelos potenciais investidores que procuram o nosso País. Os valores de investimento são impressionantes e não podemos esquecer que cada euro investido no imobiliário se multiplica por quatro ou cinco, através do investimento que estes investidores acabam por fazer noutros sectores da economia”, declara, que saúda as propostas de alteração ao programa ARI. “A existência de uma discriminação positiva para regiões de baixa densidade e a integração do investimento em projectos de reabilitação no programa são pontos-extra para a dinamização do mercado imobiliário. Esperamos que estas propostas sejam aprovadas na Assembleia da República com a celeridade possível e sem grandes alarmismos” afirmou.
Para promover as qualidades do nosso País e a potencialidade do sector imobiliário, o presidente da APEMIP, que é também presidente do Conselho Estratégico do Salão Imobiliário de Portugal e da Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa, irá marcar presença em duas missões empresariais nos destinos que ocupam os lugares cimeiros da lista de vistos concedidos. “O mercado tem que ir ao encontro da procura. Estamos constantemente a avaliar novas rotas, em função daquilo que o sector nos pede. Este mês voltaremos a marcar presença numa feira do imobiliário, na China, em Xangai, que é um mercado prioritário e em Abril iremos também ao Brasil, nomeadamente a São Paulo, promover o programa ARI e também o Regime Fiscal para Residentes Não Habituais, para que esta informação possa chegar de forma clara e transparente a potenciais investidores”.