A Novantas II e a Aplicação Urbana VII proprietárias do Dolce Vita Porto e do Dolce Vita Douro, em Vila Real, respectivamente, e detidas pelo grupo espanhol Charmatín, colocaram ambos os centros comerciais à venda. Alienado poderá ser também o Dolce Vita Coimbra e o Dolce Vita Monumental, em Lisboa.
Um anúncio colocado no Diário de Notícias revela que as empresas proprietárias destes centros comerciais decretaram falência e no seguimento desta decisão alienaram parte dos estabelecimentos.
Neste momento, encontram-se à venda 111 fracções do centro comercial Dolce Vita Porto, sendo o valor-base de 41,530 milhões de euros, e 58 fracções do Dolce Vita Douro, por um valor mínimo de 43,330 milhões. O anúncio adianta ainda que as fracções dos centros comerciais “serão alienadas no seu conjunto, pelo que serão apenas admitidas propostas para a aquisição da globalidade das mesmas”.
Seguindo esta linha de alienação poderá estar também o Dolce Vita Coimbra, cuja principal credora é a LSREF3 Octopus Investments.
Recorde-se que os centros comerciais Dolce Vita foram adquiridos pela Chamartín, em Junho de 2006, quando se deu a alienação da empresa Amorim Imobiliária ao grupo espanhol por 500 milhões de euros. A partir dessa data, e ao longo dos anos, o grupo espanhol contou no seu portfolio com 10 Dolce Vita em Portugal, tendo exportado a marca “Dolce Vita” para Espanha onde possuía três centros comerciais, além de gerir centros comerciais de outras empresas.
No entanto, em 2013, torna-se público que a Chamartín detinha uma dívida de cerca de mil milhões de euros, representando para a banca portuguesa uma exposição de 405 milhões de euros. Na altura, ainda conseguiu estabelecer um acordo com a banca para refinanciar a sua dívida de forma a conseguir continuar a operar no nosso País. Mas, no final de 2014, a dura realidade veio à tona e o Dolce Vita Tejo foi comprado pelo fundo espanhol Eurofund Investments, enquanto o Dolce Vita Braga foi entregue à banca. Agora é a vez dos Dolce Vita Porto, Douro e, muito provavelmente, os próximos vão ser os de Coimbra e Monumental, em Lisboa.
No início do ano de 2015 todas as consultoras internacionais a operar em Portugal foram unânimes ao vaticinar que este seria um ano em que se iria mexer no segmento de centros comerciais portugueses.
Foto: Dolce Vita Porto - Chamartín