O “Diagnóstico Social da Freguesia do Parque das Nações”, a que agência Lusa teve acesso, demonstra uma preocupação por parte dos moradores relativamente à manutenção do espaço público desta zona de Lisboa.

O estudo coordenado pela Junta de Freguesia local revela que 70,5% dos 2.229 inquiridos se preocupa com a “manutenção do espaço público”, 41,1% com a “falta de serviços comunitários de apoio”, 37% com a segurança, 36,1% com a “falta de sentido de pertença das pessoas da comunidade” e 20,4% com “problemas com a gestão de lixo e limpeza urbana”.

Em oposição, as áreas que menos preocupam os residentes são a “falta de estabelecimentos de ensino” (3%), a violência doméstica (3,4%) e a falta de um centro de saúde na freguesia (2,9%). Neste último ponto refira-se que 52,9% dos residentes utiliza o sistema de saúde particular.

Recorde-se que, desde as eleições autárquicas de 2013, que a freguesia do Parque das Nações é gerida pelo grupo de cidadãos Parque das Nações Por Nós (PNPN), é a mais recente freguesia do País criada no âmbito da reforma administrativa e reúne áreas que pertenciam à freguesia dos Olivais (Lisboa) e ao concelho de Loures.

José Moreno, que lidera a PNPN, em declarações à agência Lusa, confessou que a autarquia tinha “noção” destas preocupações com a gestão urbana e o presente estudo é a “comprovação” disso. O mesmo tinha como objectivo apurar mais informação sobre uma “freguesia que não tem dados sobre si” e permitir “delinear melhor” a estratégia da junta de freguesia para que possa ir ao “encontro daquilo que as pessoas esperam”.

O autarca adiantou ainda que já estão a ser desenvolvidos esforços no sentido de dar uma resolução às principais preocupações destacadas pelos municípios da zona. Entre essas iniciativas estão as obras dos passadiços do Rossio dos Olivais e da faixa central dos vulcões localizados na Alameda dos Oceanos. Em “breve” vão iniciar também as intervenções da recuperação dos Jardins Garcia d'Orta e da construção de uma escadaria entre a Quinta das Laranjeiras e a Gare do Oriente.

O “Diagnóstico Social da Freguesia do Parque das Nações” envolveu três zonas da freguesia: Poente, que engloba as áreas de Casal dos Machados, Bairro do Oriente, Quinta das Laranjeiras, Estrada de Moscavide e Bairro da Centieira; Sul, que inclui a Marina da Expo até ao Oceanário; e Norte, desde a Foz do Rio Trancão até às Torres de S. Rafael e S. Gabriel, Torre Vasco da Gama e Alameda dos Oceanos.

O estudo revelou que a idade média dos fregueses (acima dos 18 anos) é de 46,28 anos, sendo que 16,5% tem mais de 65 anos. Já ao nível do rendimento médio mensal ultrapassa os 851 euros, sendo que os rendimentos são mais baixos surgem na zona Poente. Em termos laborais, mais de 50% dos inquiridos trabalha a tempo inteiro, 22,8% são reformados e 6,6% estão desempregados. Aqui, uma vez mais, é na zona Poente que se verifica o maior número de desemprego (13,1%). Em termos de habilitações académicas, 38% da população tem uma licenciatura, 17,2% terminou o ensino secundário e 2,5% não tem escolaridade.

Os dados deste diagnóstico foram recolhidos entre Maio e Junho de 2015 e resultaram de uma amostra de 12% do total de eleitores (18.700). O mesmo foi levado a cabo pelo Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e será apresentado no Pavilhão do Conhecimento.

Foto: Turismo de Lisboa / www.visitlisboa.com