A Câmara Municipal de Lisboa declarou que vai reduzir “para os mínimos regulamentares” a altura da obra do núcleo desportivo na Quinta dos Inglesinhos, em Telheiras. O projecto previa a construção em altura de 15 metros de altura, o que foi duramente contestado pelos moradores.
A construção de um núcleo desportivo na Quinta dos Inglesinhos, com três campos de padel, dois de ténis, restaurante e gabinetes de fisioterapia e nutrição, num terreno de 2.500 metros quadrados situado no meio de prédios e ladeado pelas ruas Augusto Macedo, Pires Jorge e Manuel Rodrigues, foi considerado pelos moradores de Telheiras como um “crime urbanístico”.
Carlos Oliveira, da Comissão de Moradores da Quinta dos Inglesinhos, em declarações à agência Lusa, explicou que se trata de “um equipamento que tem cerca de 15 metros de altura, quando as necessidades práticas não exigiriam mais do que nove metros”. Para os moradores de Telheiras, está em causa o impacto visual, o ruído, a invasão da privacidade dos seus lares, a desvalorização dos apartamentos e o agravamento do problema do estacionamento.
O presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Fábio Sousa, explicou que este “era um espaço que aguardava solução há 20 anos”, mostrando-se igualmente contra a volumetria do projecto.
Fábio Sousa recebeu um documento do director municipal de Urbanismo, Jorge Catarino, que confirmou que a autarquia vai ter em atenção “as dimensões relativas ao pé-direito livre do corpo dos campos de padel, no sentido de se promover a sua redução para os mínimos regulamentares.
Tendo por base as indicações do vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, Jorge Catarino acrescenta no mesmo documento que a edilidade vai estudar o “aproveitamento de espaço público da área afecta ao loteamento” com vista a “optimizar e a regrar o estacionamento público” e a “viabilidade da introdução de mais lugares de estacionamento nos passeios envolventes à zona do equipamento desportivo, para além dos 33 constantes do projeto de licenciamento”.
Também em declarações à Lusa, José Galante, um dos sócios da empresa Racket4you e promotora do núcleo desportivo, afirmou que, por “pressão” dos moradores e a conselho da Câmara, decidiram construir um parque de estacionamento subterrâneo, o que obrigou a “aumentar o pavilhão em 1,5 metros”. José Galante adiantou que já foi entregue na autarquia uma alteração ao projecto, estando à espera de uma resposta para continuar a obra.
Recorde-se que esta obra começou a projectada em 2013, encontrando-se actualmente embargada. Se tudo tivesse corrido conforme previsto, o núcleo desportivo já devia ter abertos portas no passado mês de Setembro.
Foto: Site Viver Telheiras