De acordo com a JLL, em 2015, o investimento imobiliário atingiu os 1,8 mil milhões de euros, tendo sido, de facto, o melhor ano de sempre em Portugal. A consultora sublinha que o ano foi dinâmico em praticamente todos os segmentos imobiliários, embora o destaque vá para o investimento e para o residencial, devido à dimensão internacional que adquiriram.
Deste volume gerado, 84% foi estrangeiro, sendo, no global, os activos de retalho e de escritórios os mais transaccionados, com grandes operações de centros comerciais, portefólios de supermercados e de edifícios de escritórios.
No balanço de 2015, a JLL revelou que no mercado residencial observou-se também um crescimento significativo no volume de vendas (tendo por base os números da APEMIP que aponta que o crescimento pode chegar aos 25%), com uma elevada actividade de compradores internacionais (70% no caso da JLL/Cobertura), o que é bastante influenciado pelos incentivos fiscais atribuídos ao investimento estrangeiro, mas também pelo forte crescimento do turismo em Portugal. Neste mercado também os portugueses estão a voltar a comprar, impulsionados pelo maior acesso ao crédito.
No mercado de ocupação, os escritórios também cresceram de forma sustentada, com a absorção anual a aumentar 14% para os 145.000 m² e um destaque para o aumento da tomada de área por via da expansão de empresas. No retalho, o comércio de rua continuou a florescer, com as principais zonas de Lisboa a consolidaram-se e o Porto a emergir no mapa dos retalhistas. Nota de destaque também para a comercialização activa de dois novos centros comerciais em desenvolvimento, nomeadamente em Braga e no Algarve que serão os próximos a abrir e que têm ambos ancorada uma loja IKEA.
“Para 2016, as perspectivas para o mercado são optimistas, já que actualmente todos os indicadores apontam para que o ano seja pelo menos tão forte como 2015, com todos os setores a manterem-se dinâmicos, impulsionados sobretudo pela procura internacional. Pode ser novamente um ano histórico para o investimento, ao longo do qual esperamos que sejam finalmente transacionados alguns dos projetos emblemáticos em Lisboa, como por exemplo a Feira Popular e o Amoreiras Prime ”, refere o director-geral da JLL. Pedro Lancastre acrescenta ainda que “esses negócios, a par da reabilitação, iriam trazer um enorme sinal de confiança aos investidores, já que colocaria na cidade um volume de stock novo e moderno que contrabalança com a reabilitação”. Por outro lado “devem voltar a transaccionar-se portefólios, especialmente de entidades bancárias, fundos e seguradoras. Nos mercados ocupacionais de escritórios, comércio e habitação, as perspectivas são também muito positivas”.