De acordo com o Portuguese Housing Market Survey (PHMS) de Janeiro, o relançamento de medidas de incentivo ao investimento e a estabilidade foram determinantes para a boa performance do mercado de compra e venda de casas. Cenário que continuará em terreno positivo.

O último inquérito revela que os players que actuam no mercado residencial acreditam que a actividade de compra e venda de casas continue a evoluir positivamente, mas frisam a necessidade de consolidar a estabilidade política e económica a nível interno e também de relançar medidas de incentivo ao investimento estrangeiro, que nos últimos anos têm sido importantes motivadores de compra de casas por público internacional.

“Os agentes inquiridos acreditam claramente no potencial do mercado, em especial tendo em conta a dinâmica da procura gerada por investidores internacionais e por turistas”, começa por comentar Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário (Ci). “Mas, uma vez mais, manifestam uma preocupação com os impactos que possam decorrer dos atuais riscos políticos e económicos, e enfatizam a necessidade de consolidar a estabilidade e de relançar medidas como o ‘Visto Gold’”, refere.

Simon Rubinsohn, economista sénior do RICS, sublinha ainda “se 2016 é para continuar a trazer melhorias ao mercado residencial, os fundamentos económicos serão também determinantes”, acrescentando que “apesar das previsões de estabilidade nos próximos 12 meses, a incerteza na economia global representa um risco negativo”.

Os indicadores do mercado de compra e venda em Janeiro, conforme consta do inquérito, mantiveram-se positivos, com a procura a evidenciar mesmo melhorias face a Dezembro, quando tinha estabilizado. No primeiro mês do ano, as consultas de imóveis por potenciais clientes subiram nas regiões de Lisboa e do Algarve, embora no Porto tenham descido ao longo do mês.

O PHMS revela ainda que o indicador nacional relativo ao volume de vendas manteve-se praticamente inalterado. Ao mesmo tempo, os preços das casas continuaram a evoluir a um ritmo constante em Janeiro, com os participantes no último PHMS a considerar que é em Lisboa e no Algarve que os preços mais deverão crescer (2,5%) no próximo ano, estimando uma subida de apenas 1% para este indicador na região do Porto. Já as projecções para os próximos cinco anos continuam a antecipar uma subida dos preços a um ritmo de pouco mais de 4% ao ano.

Relativamente ao mercado de arrendamento, em Janeiro, a procura movida por potenciais arrendatários continuou a crescer, enquanto o número de novas instruções pelos proprietários continuou a decrescer, caindo ao ritmo mais rápido desde o lançamento da série, em 2011. Este desequilíbrio continuou a sustentar um crescimento das rendas, que recuperaram pelo nono mês consecutivo após anos de declínio persistente. A expectativa dos participantes neste PHMS é que os valores praticados neste segmento de mercado possam crescer ainda mais ao longo dos próximos três meses.

Foto: Anabela Loureiro