A apresentação do relatório ‘Emerging Trends in Real Estate Europe 2016 - Beyond the Capital, que decorreu no Porto, serviu para extrapolar resultados na capital nortenha. Na conferência o director-geral da Predibisa afirmou que o “Porto é apetecível para o investimento imobiliário mas faltam espaços de qualidade”.
Especializada no mercado imobiliário do Norte do País há mais de 25 anos, a Predibisa participou na conferência organizada pela PWC e pela Urban Land Institute para apresentação e discussão do relatório ‘Emerging Trends in Real Estate Europe 2016 - Beyond the Capital’.
O evento contou com a participação do director geral da Predibisa, João Nuno Magalhães, que avançou que “neste momento, o Porto já não tem espaços de escritórios para arrendar”, ou seja, que o mercado imobiliário nortenho está muito “apetecível”, o senão é que a região tem valores de renda baixos e faltam promotores com interesse em investir.
A 13ª edição do estudo ‘Emerging Trends in Real Estate Europe 2016 - Beyond the Capital’ que revelou que “alguns dos principais investidores acreditam que Portugal exige um olhar mais atento”, aparecendo Lisboa em sétimo no ranking das 28 cidades europeias mais atractivas para investir em imobiliário.
Do painel de oradores faz também parte Armando Lacerda Queiroz, director-geral da Imorendimento, e Rui d'Ávila, administrador da GFH, moderados por Francisco Rocha Antunes, director-geral da FRICS, Capital Urbano. O objectivo foi alargar a discussão ao Porto, cidade que, todos concordam, “está na moda”.
Incitado a comentar os resultados que apontam que o top 10 de investimento imobiliário na Europa incida sobre setores como lojas de rua, empreendimentos para a terceira idade, data centres, alojamento para estudantes, escritórios partilhados (co-working e outros do género), hotéis, habitação para venda, residências privadas para arrendamento, saúde e instalações logísticas, João Nuno Magalhães adiantou que há efectivamente uma procura que excede a oferta em grande parte desses sectores no Porto.
“Existem terrenos no Porto para construção de novos escritórios. No entanto, não há financiamento por parte da banca e, por isso, os promotores não têm a coragem de levantar novos edifícios sem a certeza da sua colocação imediata no mercado de arrendamentos. O mesmo acontece com a habitação – há empreendimentos na Foz, com mais de 25 anos, a serem comercializados a preços muito elevados, porque a procura excede largamente a oferta”, disse o director geral da Predibisa.
João Nuno Magalhães acredita que a Baixa do Porto está prestes a sofrer uma transformação, tanto a nível de retalho, com condições de atrair lojas de grandes marcas, como de habitação. Efectivamente, grandes marcas mundiais não marcam ainda presença no Porto, apesar de “terem vontade de o fazer”. Isto acontece porque estas insígnias investem só se outras o fizerem também. Um cenário que poderá mudar com a recente venda do edifício d’ O Comércio do Porto, na Avenida dos Aliados, e que acolhia o BANIF, o qual reúne condições para atrair três grandes marcas e foi comprado nesse pressuposto.
Por outro lado, “a elevada procura em apartamentos na Baixa está a convencer os promotores a investir em tipologias superiores aos habituais T0 e T1. Acredito que, em alguns anos, será possível povoar esta zona do Porto com famílias”.
Foto: Anabela Loureiro