A B. Prime avançou que Portugal registou um acréscimo de 154% na actividade de investimento em imobiliário comercial. A maioria deste investimento teve proveniência estrangeira, onde os norte-americanos lideram a lista dos investidores internacionais.

De acordo com a consultora, este aumento na actividade de investimento em imobiliário comercial significa que os investidores adquiriram activos num valor total de 1,8 mil milhões de euros, que se traduz no melhor ano de sempre desde que há registos.

Este investimento foi maioritariamente estrangeiro (92%), com os investidores norte-americanos a tomarem a dianteira com 43%, bem acima dos 11% dos investidores espanhóis.

Este aumento do interesse em activos imobiliários por parte de investidores norte-americanos é algo que se verifica um pouco por toda a Europa. A desvalorização do euro face ao dólar norte-americano, fruto da política de quantitative easing encetada pelo BCE, aliada ao aumento de preços verificado naquele país, são razões fortes para este redireccionamento de investimento em imobiliário europeu.

Paralelamente a esta tendência de crescimento no volume de investimentos, a prime yield do sector de escritórios continuou a descer situando-se actualmente nos 5,5% e no segmento de retalho fixou-se nos 5%.

O sector de retalho absorveu a preferência dos investidores que adquiriram mais de metade do valor destes espaços, num montante superior a mil milhões de euros, o que representa cerca de 54%, enquanto o mercado de escritórios representou 24% do valor anual.

Quanto aos Fundos de Investimento Imobiliário, os montantes geridos continuam a descer, atingindo no final de 2015 um montante que ronda os 10,6 mil milhões de euros. A contínua venda de activos por parte dos fundos imobiliários e a sua rentabilidade a curto prazo são razões suficientes para justificar a queda dos montantes geridos, em 2015. A actividade vendedora dos fundos tem permitido para reduzirem a dívida associada que registou uma quebra de 467 milhões.

Segundo Jorge Bota, Managing Partner da B. Prime: “A queda generalizada das yields do mercado, a atividade vendedora dos fundos nacionais e o crescente interesse dos investidores internacionais criou uma dinâmica há muito tempo não vista no mercado de investimento nacional. Um acréscimo vertiginoso de 154%, num ano, é notável e poderá repetir-se em 2016”.

Foto: Joaquim Manços