Nos primeiros três meses de 2016 foram criadas 120 novas empresas por dia, perfazendo um total de 10.920 constituições. No mesmo período, as insolvências totalizaram 2.215 empresas.

Nos primeiros três meses de 2016, a constituição de empresas em Portugal ascendeu a 10.920 registos, o que equivale a 120 novas entidades criadas por dia. O mês de Janeiro foi o mais dinâmico neste indicador, concentrando 38% das constituições no trimestre (4.118), com os meses de Fevereiro e Março a registarem um peso idêntico de 31%, com respectivamente 3.427 e 3.375 empresas criadas.

Os dados são avançados pela IGNIOS no seu mais recente Observatório de Negócios, Insolvências, Créditos Vencidos e Constituições, onde se apura ainda que o aumento sectorial mais expressivo na criação de empresas foi observado na Hotelaria & Restauração, reflectindo o impacto do aumento de exportações de serviços turísticos. Este sector, com 1.355 novas empresas nascidas no 1º trimestre de 2016, registou um crescimento de 4,3% face ao período homólogo e passou a liderar neste indicador. O Comércio a Retalho foi o segundo sector mais dinâmico (1.266 empresas criadas).

Para António Monteiro, CEO da IGNIOS, “a constituição de empresas mantém um ritmo diário animado e mostra, uma vez mais, o peso do turismo na economia, com os serviços prestados nesta área a mostrarem a evolução mais significativa. Contudo, nota-se uma desaceleração face ao ano passado, com um impacto claro das quebras sentidas no comércio a retalho e por grosso, bem como no comércio de veículos”.

De acordo com o Observatório da IGNIOS, no 1º trimestre de 2016, a criação de empresas desacelerou 6,5% face ao mesmo período do ano passado, com menos 414 empresas constituídas. Nestes primeiros três meses do ano, tiveram quebras significativas os sectores de Comércio de Veículos (-16,1% para 381 empresas), o Comércio a Retalho (-18,2% para 1.266 empresas) e o Comércio por Grosso (-9,2% para 810 empresas). Em sentido contrário, destacam-se o Alojamento e Restauração (+4,3% para 1.355 empresas) e a Construção (+0,9% para 921 empresas).

Na segmentação geográfica, destacam-se os distritos de Faro (com 598 empresas criadas, aumentou peso de 4,9% para 5,5%), Leiria (507 empresas criadas e peso que cresceu de 4,3% para 4,6%) e Setúbal (694 empresas criadas e peso que aumenta de 6,2% para 6,3%). Também Lisboa, que continua a ser o distrito mais representativo (3.233 empresas criadas), aumentou o seu peso no total nacional de 29,2% para 29,5%. O Porto, que é o segundo mais expressivo no total (2.004 empresas criadas), reduziu o seu peso de 18,6% para 18,3%.

A IGNIOS apurou ainda o total de insolvências para o 1º trimestre de 2016, registo que ascendeu a 2.215 empresas, das quais 24% no distrito de Lisboa e 22,6% no do Porto. Braga, com um peso de 10,6%, é o terceiro distrito com mais insolvências neste período, seguido por Aveiro (6,5%) e Setúbal (6,3%). Destes cinco distritos, Braga (-9,3%) e Aveiro (-7,1%) registaram descidas nas insolvências face ao mesmo período do ano passado. Os restantes três observaram subidas que variaram entre 35% e 23%, um nível superior aos 19,4% em que se cifrou o aumento nacional de insolvência no 1º trimestre de 2016. Em termos sectoriais, os serviços dependentes da procura interna e de consequentes importações continuaram a ser os mais afectados, concentrando a maioria das insolvências e do seu aumento. Destaque ainda para o Comércio a Retalho (+13,4%) e por Grosso (+20,6%), e para a Restauração (+38,3%).