Nos primeiros quatro meses de 2016, a constituição de empresas em Portugal ascendeu a 14.068 registos, o que equivale a 117 novas entidades criadas por dia. Ainda assim, o mês de janeiro continua a ser o mais dinâmico neste indicador, registando-se uma ligeira quebra ao longo do quadrimestre.

De acordo com este documento, o aumento sectorial mais expressivo na criação de empresas foi observado na Hotelaria & Restauração, reflectindo o impacto do aumento de exportações de serviços turísticos. Este sector, com 1.778 novas empresas nascidas no 1º quadrimestre de 2016, registou um crescimento de 2,5% face ao período homólogo, continuando a liderar neste indicador. O Comércio a Retalho foi o segundo setor mais dinâmico (1.636 empresas criadas).

António Monteiro, CEO da IGNIOS, considera que, “apesar do cenário de incerteza macro-económica que actualmente é percepcionado pelos agentes económicos, a constituição de empresas ainda mantém uma dinâmica positiva, com especial enfase em sectores específicos, dos quais o turismo é um exemplo representativo, em que os serviços prestados continuam a registar uma evolução muito significativa. A confirmar este clima de incerteza, continuamos a observar uma tendência crescente nas insolvências, com um crescimento substancial face aos períodos homólogos dos dois anos que precederam 2016”.

No 1º quadrimestre de 2016 a criação de empresas desacelerou 6,8% face ao mesmo período do ano passado, com menos 1.032 empresas con stituídas. Nestes primeiros quatro meses do ano, tiveram quebras significativas os sectores de Comércio de Veículos (-12,1%), o Comércio a Retalho (-15,7%) e o Comércio por Grosso (-9,8%).Em sentido contrário, destacam-se o Alojamento e Restauração (+2,5%).

Na segmentação geográfica, destacam-se os distritos de Faro (com 752 empresas criadas, aumentou peso de 4,9% para 5,3%), Leiria (621 empresas criadas e peso que cresceu de 4,3% para 4,4%) e Setúbal (893 empresas criadas e peso que aumenta de 6,2% para 6,3%). Também Lisboa, que continua a ser o distrito mais representativo (4.227 empresas criadas), aumentou o seu peso no total nacional de 29,2% para 30%. O Porto, que é o segundo mais expressivo no total (2.560 empresas criadas), reduziu o seu peso de 18,6% para 18,2%.

A IGNIOS apurou ainda o total de insolvências para o 1º quadrimestre de 2016, registo que ascendeu a 2.889 empresas, das quais 24,4% no distrito de Lisboa e 22,5% no do Porto. Braga, com um peso de 10%, é o terceiro distrito com mais insolvências neste período, seguido por Aveiro (6,6%) e Setúbal (6,5%). Destes cinco distritos, Braga (-10,2%) e Aveiro (-1%) registaram descidas nas insolvências face ao mesmo período do ano passado. Os restantes três observaram subidas que variaram entre 31,8% e 23%. Em termos sectoriais, os serviços dependentes da procura interna e de consequentes importações continuaram a ser os mais afectados, concentrando a maioria das insolvências e do seu aumento. Destaque para o Comércio a Retalho (+15,6%) e por Grosso (+16,7%), e para a Restauração (+33%).