No 1º trimestre de 2016, o investimento em imobiliário comercial em Portugal atingiu 570 milhões de euros, sendo o capital estrangeiro responsável pelo crescimento de 326% que o mercado registou face ao mesmo período do ano passado, tendo em conta que concentrou 99% da actividade no trimestre.
A análise faz parte da publicação trimestral Market Pulse, produzida pela JLL, no qual a consultora evidencia ainda que os investidores privados e os familly offices foram o tipo de comprador mais activo, com 42% do volume investido, seguidos dos fundos de investimento (38%) e das sociedades investidoras em património imobiliário (18%).
Pedro Lancastre, director geral da JLL, defende que “o crescimento agora registado dá seguimento ao ritmo forte e consistente que o investimento tem observado há já vários trimestres”, considerando que “a dinâmica do mercado deve manter-se até final do ano, com volumes de investimento elevados”.
Na sua opinião, esta performance “denota também a crescente atractividade de Portugal aos olhos da comunidade de investidores internacionais, que reconhecem transparência e credibilidade ao mercado, além de retornos interessantes. Recorde-se que no final de 2015 o investimento estrangeiro concentrava 84% do volume transaccionado, um peso que aumentou agora de forma expressiva e que demonstra bem a consolidação de Portugal no panorama internacional. Os investidores oriundos dos Estados Unidos da América, Espanha, China e Brasil voltaram a estar bastante activos, mas neste trimestre destacaríamos também os capitais franceses, que protagonizaram a maior operação do mercado”, diz ainda Pedro Lancastre.
Neste trimestre, os escritórios foram os activos mais transaccionados – 49% do volume investido -, impulsionados pela compra do Campus da Justiça por 268 milhões de euros e da Torre Galp por 43 milhões de euros, ambos adquiridos por investidores europeus. O retalho foi o segundo tipo de imóveis com maior procura, concentrando 38% do capital investido. Neste segmento, destacam-se as operações de sale&leaseback de dois portefólios de hipermercados Sonae pelo valor agregado de 204 milhões de euros, ambos adquiridos por players internacionais. Nos principais negócios do trimestre inclui-se ainda a venda do edifício Monumental, no Saldanha, que combina um centro comercial com escritórios, adquirido por 60 milhões de euros.
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