A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI, divulgou que os Vistos Gold captaram 509M€, o que levou o presidente Reis Campos a afirmar que “verificando-se os investidores estrangeiros continuam a apostar no nosso mercado, o ‘Acelerador de Investimento’ apresentado pelo Governo poderá constituir uma oportunidade única para potenciar a capacidade de atracção de mais investidores”.
A CPCI considera que o “Acelerador de Investimento Portugal 2020”, anunciado pelo Governo, vem dar resposta a uma necessidade de intervenção que esta Confederação havia identificado e que exigia uma actuação efectiva e imediata, esperando que a majoração dos incentivos comunitários que pode atingir 10% dos montantes a investir, possa constituir um factor determinante para que projectos há muito identificados como necessários, possam arrancar rapidamente e dar um contributo decisivo para a consolidação da atividade económica e do emprego.
Reis Campos, presidente da CPCI, recorda que “o Plano 100 foi uma das primeiras medidas emblemáticas anunciadas por este Executivo, e fomos os primeiros a dizer que era uma iniciativa positiva, mas que estava orientada, em exclusivo, para determinados programas de incentivos, e deixava de fora, designadamente, os investimentos em infraestruturas e obras de proximidade, ou seja, o tão necessário investimento público que tem que cumprir o seu papel de dinamizador do investimento privado”.
Em particular, no que diz respeito aos incentivos ao arranque imediato de projectos de iniciativa autárquica no âmbito de Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano (PEDU) e de Áreas de Reabilitação Urbana (PARU), Reis Campos fala em “planos locais estruturados que foram objecto de estudo e articulação com as populações locais e os investidores e cujas intervenções são determinantes para acompanhar e mobilizar os investimentos privados que estão a ser realizados”.
O representante máximo da CPCI defende que se está “a assistir a um renovado interesse no imobiliário e na reabilitação urbana, em especial por parte de estrangeiros e de sectores como o comércio e o turismo, e o Estado não pode deixar de dar uma resposta efectiva a esse investimento privado”.
Reis Campos diz ainda que espera “que, com esta medida, seja possível atenuar o défice de investimento, por parte das entidades públicas, que veem agora aumentada para 95% a taxa de comparticipação comunitária dos seus projectos, implementando decisões já tomadas, concretizando investimentos amplamente consensualizados, e que permitirá alavancar o crescimento económico e a criação de emprego”.
A Confederação revelou também que, ao abrigo do Vistos Gold, foi possível captar 509 milhões de euros no primeiro semestre de 2016, ou seja, um crescimento de 111% face aos 241 milhões de euros apurados em igual período do ano anterior. Em Junho, foram apurados 99 milhões de euros de novo investimento, do qual 86 milhões dizem respeito a aquisições de imobiliário, o que coloca o total registado desde início deste programa nos 2.203 milhões de euros, sendo que 90%, ou 1.985 milhões de euros, correspondem a esta última modalidade.
Perante este cenário, Reis Campos “considera esta uma notícia positiva, que não surpreende tendo em conta a actual atractividade do imobiliário português à escala global, já que este programa é reconhecido como uma oportunidade cada vez mais relevante, tendo em conta a complexa conjuntura internacional. Portugal tem activos imobiliários de elevada qualidade, a um preço internacionalmente muito competitivo, excelentes infra-estruturas, um clima ameno, segurança e um ambiente social único, pelo que há que tirar partido desses atributos e atrair mais e melhor investimento”.
Foto: Anabela Loureiro