A Worx, em comunicado de imprensa, revelou que aconselha a renovação da oferta de escritórios e a reabilitação de activos bem posicionados para captar investimento dada a escassez de oferta de escritórios.

Este cenário foi traçado por Pedro Salema Garção, Head of Agency da Worx, que se mostra preocupado com a escassa oferta de escritórios existente em Portugal face aos crescentes números de take up e uma grande procura de escritórios novos e bem localizados.

Segundo o departamento de Research da Worx, a vacancy rate mantém a sua tendência de descida, situando-se atualmente nos 10,4%, valor mais baixo desde 2010. Para esta descida que já se verifica desde 2013, muito contribuiu a ausência de oferta nova de escritórios e os níveis de absorção verificada nas zonas emergentes (zona 3), CBD (zona 2) e prime CBD (zona 1), que no seu conjunto representaram 69% do take-up total.

Ainda assim o Head of Agency da Worx esclarece que “a taxa de desocupação registada em Portugal é estrutural pois é constituída por edifícios antigos que dificilmente serão ocupados a menos que sejam alvos de remodelação e modernização, fator que nos leva a concluir que dificilmente baixará muito dos 9%”.

O stock de escritórios da cidade de Lisboa mantem-se estável nos 4,6 milhões de m2. Este número não sofrerá um aumento significativo ficando 2016 para a história como o ano com o volume mais reduzido de nova oferta (m2) desde a criação do índex. Da oferta em pipeline para 2017, existem 35.000m², dos quais 30.000m2 são na zona histórica (zona 4) e 5.000m2 no prime CBD (zona 1). De referir, que grande parte desta área já se encontra reservada e dispõe de contratos de pré-arrendamento.

A zona 5 (Parque das Nações) é neste momento a zona com a taxa de desocupação mais baixa, a situar-se nos 5,1%, seguida da zona 4 (Zona Histórica/Ribeirinha) com 6%, embora tenham registado um ligeiro aumento face ao final de 2015. Estes níveis de desocupação podem ser explicados pela reduzida oferta nova e de qualidade mas também pelos elevados valores de absorção que se têm registados ao longo dos últimos anos.

A zona 6 (Corredor Oeste) sobressai com a maior taxa de desocupação nos 23,5%. Esta situação deve-se à desatualização de alguns ativos face a edifícios mais modernos e renovados noutras zonas.

De acordo com a consultora, nos primeiros seis meses do ano, a absorção no mercado de escritórios situou-se nos 79.500m², sensivelmente 57% acima no período homólogo e 76% acima da média dos últimos oito anos.

Neste primeiro semestre a zona que se apresentou mais dinâmica foi a zona 3 (zonas emergentes) com 22.939 m² colocados, contribuindo para esse efeito duas das maiores transacções do semestre, nomeadamente a mudança de edifício da Manpower para as Torres de Lisboa, com um área total de 7.887m² e a mudança também para as Torres de Lisboa da Global Media Group para uma área total de 5.137m². Segundo Pedro Salema Garção, “as Torres de Lisboa, edifício comercializado em regime de co-exclusividade pela Worx, assume o papel de maior dinamizador do mercado ao receber as duas maiores operações do ano”.

As zonas 2 (CBD) e 1 (prime CBD) também registaram take-up muito interessantes comparativamente ao primeiro semestre de 2015, nomeadamente 16.321m² e 15.609m², o que correspondeu a crescimento de 86% e 174% respectivamente.

Comparativamente ao final de 2015 assiste-se a um crescimento das rendas prime excepto nas zonas 1(CBD) e 5 (Parque das Nações) onde se verificou uma ligeira correcção de 18,5€/m² para 18€/m² e 16,5€/m² para 16€/m². Esta redução na zona 2 e 1 poderá estar relacionada com o número de operações registadas em edifícios que não são Grade A e onde existem outras componentes de renda que se traduz numa renda unitária mais baixa. Na zona 5 a situação justifica-se pela escassez de operações realizadas.

Pedro Salema Garção, Head of Agency da Worx, afirma que “2016 será certamente um ano positivo a alcançar valores superiores aos do take-up do ano passado. As zonas com mais dinamismo corresponderão às mais procuradas, zona 1, zona 2 e zona 3. 2016 é já garantido como um bom ano, mas ao não aparecerem novos activos, é urgente que haja investimento na reabilitação dos que estão estagnados no mercado e que demonstram potencial face à procura existente”.