No sector de escritórios estima-se que, até ao final do ano, o volume total de espaços transaccionados esteja em linha, ou chegue mesmo a ultrapassar, o valor atingido em 2015. Os restantes indicadores do mercado demonstram igualmente uma melhoria no sector imobiliário.

Estes dados são avançados pela Cushman & Wakefield nos ‘Snapshots Portugal’, publicados trimestralmente pela consultora que resumem a actividade de ocupação e investimento nos sectores de escritórios, retalho e industrial em cidades-chave, analisando tendências recentes, bem como dados de mercado e o seu impacto no sector imobiliário comercial.

Segundo esta edição, no terceiro trimestre do ano, no sector de escritórios foram transaccionados no mercado da Grande Lisboa cerca de 100.000 m2 de espaços, estimando-se que o volume total de espaços transaccionados até ao final do ano esteja em linha, ou chegue mesmo a ultrapassar, o valor atingido em 2015 de 144.500 m2.

Os restantes indicadores do mercado demonstram a melhoria no sector, com uma correcção muito acentuada da taxa de desocupação, que reduziu já para os 9% desde o pico de 11% em 2012. As rendas demonstraram também ao longo do ano uma evolução positiva, com subidas registadas na quase totalidade das zonas e encontrando-se hoje nos 18,5€/m2/mês para a Zona Prime, nos 16,50€/m2/mês no Parque das Nações e nos 13,50€/m2/mês no Corredor Oeste.

No sector de retalho, a procura de espaços manteve-se extremamente dinâmica, muito impulsionada pela restauração no comércio de rua, mas também por operadores mass market de forma transversal em todos os formatos. No que se refere à nova oferta, esta dá sinais de crescimento no segmento de rua, fruto da forte actividade de reabilitação urbana nas cidades de Lisboa e Porto. Em relação ao mercado de conjuntos comerciais, as inaugurações previstas já só acontecerão em 2017, destacando-se o Mar Shopping no Algarve. Até ao final do ano espera-se também a abertura de dois novos retail parks, um na Grande Lisboa e outro em Matosinhos.

As rendas continuam um percurso de forte subida, de forma mais acentuada no segmento de rua. No terceiro trimestre do ano os valores prime fecharam nos 100€/m2/mês no Chiado, 75€/m2/mês na Baixa e nos 87,5€/m2/mês nas lojas prime dos melhores centros comerciais do País.

Relativamente ao sector de industrial e logística, tem vindo a demonstrar ao longo de 2016 uma ligeira melhoria nos níveis de ocupação, ainda que motivada essencialmente por pequenos e médios ocupantes que após a estagnação nos anos de crise, ponderam hoje expandir ou relocalizar. Os valores de renda têm vindo a manter-se estáveis, reflectindo um sector ainda em recuperação muito gradual.

Relativamente à actividade de investimento imobiliário em Portugal, mantém-se extremamente dinâmica, tendo sido fechados nos primeiros nove meses do ano operações de investimento em imobiliário comercial que ultrapassam os mil milhões de euros. A atractividade do imobiliário português é hoje muito elevada e estende-se a uma grande plataforma de investidores a nível mundial. A relação qualidade preço dos nossos activos, em linha com uma economia em recuperação e com uma actividade ocupacional saudável, são as principais razões para o bom funcionamento do mercado de investimento imobiliário.

Foto: Anabela Loureiro