O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que o índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 7,6% no 3.º trimestre. Numa comparação homóloga, este valor registou a maior subida desde 2010.
O IPHab registou um aumento de 7,6% no terceiro trimestre de 2016 face ao mesmo período do ano anterior, avançou o INE. De acordo com esta fonte, o “elevado crescimento observado é explicado sobretudo pelo comportamento verificado nos preços dos alojamentos existentes (variações homólogas de 7,9%, 8,5% e 9,1% no primeiro, segundo e terceiro trimestres de 2016, respectivamente)”.
No que concerne ao trimestre anterior, o IPHab evidenciou um crescimento de 1,3% (3,1% no trimestre precedente). Neste período, os alojamentos existentes apresentaram um aumento dos preços de 1,7%, enquanto os alojamentos novos não foram além dos 0,3%.
No terceiro trimestre de 2016, o número de transacções aumentou 15,8% face ao mesmo período do ano anterior, perfazendo um total de 31 535 transacções. Em valor, as vendas de alojamentos superaram ligeiramente os 3,6 mil milhões de euros, dos quais 2,8 mil milhões respeitaram a alojamentos existentes.
No terceiro trimestre de 2016, “o IPHab registou um aumento de 7,6% quando comparado com idêntico período do ano anterior, correspondendo à taxa mais elevada da série disponível”. O INE explica que, tal como tem vindo a suceder desde o último trimestre de 2014, os preços dos alojamentos novos (3,7%) subiram menos do que o dos alojamentos existentes (9,1%). Entre o segundo e o terceiro trimestre de 2016, o IPHab cresceu 1,3% (menos 1,8 p.p. que no trimestre transacto), aumentando para seis trimestres consecutivos com variações em cadeia positivas. Os preços dos alojamentos existentes superaram em 1,4 p.p. o registado para os alojamentos novos (1,7% e 0,3%, respectivamente). No terceiro trimestre de 2016, a taxa de variação média anual do IPHab fixou-se nos 6,5% o que representa um aumento de 1,1 p.p. por comparação com o trimestre anterior.
O aumento dos preços das habitações observou-se em ambos os segmentos de mercado, com os alojamentos novos a registarem uma taxa de variação de 3,7% e os alojamentos existentes de 7,7%. Neste trimestre observou-se o maior diferencial do ritmo de crescimento (4 p.p.), na série disponível, entre os dois segmentos de mercado.
Numa análise regional, entre Julho e Setembro de 2016, a Área Metropolitana de Lisboa, pelo terceiro trimestre consecutivo, superou a barreira das 10 000 transacções de alojamentos (10 756), situação apenas verificada, na série disponível, para o período entre o terceiro trimestre de 2009 e o terceiro trimestre de 2010.
A região Norte, com um total de 9 518 vendas de alojamentos, atingiu o mais elevado registo de transacções verificado desde o quarto trimestre de 2010. O desempenho das regiões anteriormente mencionadas levou a um acréscimo das respectivas quotas percentuais do número de transações em 1 p.p. e 0,6 p.p., para a Área Metropolitana de Lisboa e a região Norte, pela mesma ordem.
Refira-se que a Área Metropolitana de Lisboa concentrou 47,4% do valor total dos alojamentos transaccionados, o que representa o mais elevado peso relativo desta região na série disponível. Tal como a Área Metropolitana de Lisboa (+1,9 p.p.), as regiões Norte (+0,9 p.p.), a Região Autónoma dos Açores (+0,3 p.p.) e a Região Autónoma da Madeira (+0,1 p.p.) foram aquelas que apresentaram um acréscimo nas suas quotas percentuais do valor das transacções de alojamentos em termos homólogos.
No terceiro trimestre de 2016, a Região Autónoma dos Açores, tal como sucedeu nos dois trimestres anteriores, voltou a ser a região do País onde o aumento, em termos homólogos, do número de vendas de alojamentos familiares foi o mais expressivo (36,4%). A Área Metropolitana de Lisboa (19,6%), a região Norte (18,1%) e a Região Autónoma da Madeira (17,8%), esta última com uma aceleração face ao trimestre anterior (9%), foram as demais regiões com um ritmo de crescimento superior à média nacional (15,8%). No período em análise, de entre as regiões nacionais, o Algarve, foi a única NUTS II a contrariar a dinâmica de crescimento do indicador de vendas de alojamentos, tendo registado uma redução de 0,4% no número e de 5,1% no valor. O Alentejo e o Centro, com taxas de variação de 7,0% e 14,5%, respetivamente, cotaram-se como as regiões nacionais com os mais baixos ritmos de crescimento do valor das vendas de alojamentos.
Foto: Anabela Loureiro