As consultoras e empresas/redes de mediação imobiliária consultadas pela agência Lusa prevêem que o segmento de luxo continue a crescer em 2017. Para tal muito contribui o aumento da procura, sobretudo de clientes estrangeiros, e os preços inferiores à média das principais cidades europeias.
A Porta da Frente Christie's afirmou que as suas receitas e transacções aumentaram em cerca de 25%, enquanto a JLL, que comprou a Cobertura, indicou ter aumentado em 30% as suas vendas.
A Predibisa, a operar no Porto, fechou o ano passado a crescer cerca de 40% face a 2015 “com uma concretização de negócios a rondar os 100 milhões de euros”. A Remax Colletion anunciou uma subida de 28% nas transacções e um crescimento de 38% na facturação, precisando ter fechado 1.664 transacções e registado um volume de negócios de 21.295.332 euros.
As empresas revelaram também que os valores médios por transacção oscilam entre os 585 mil euros (da Remax), 700 mil (Porta da Frente Christie's, que apontou como máximo de um imóvel 16 milhões de euros) e os 900 mil euros (da Fine&Country, que apresentou como máximo os 28 milhões de euros).
A António Azevedo Coutinho referiu que os preços médios no seu portfólio fixam-se nos 3.500 euros/m2, enquanto os mais elevados chegam aos 6.000,00 euros/m2, enquanto a Fine&Country apontou como média de preços de imóveis no Porto os 400 mil euros e em Cascais 750 mil euros.
A imobiliária do Porto, Predibisa indicou trabalhar com um valor médio de três mil euros/m2 no centro da cidade, "embora alguns edifícios já estejam a atingir os quatro mil euros/m2”.
Os principais clientes internacionais do segmento premium têm sido brasileiros e franceses, mas o leque de nacionalidades alargar-se já a suecos, sul-americanos, sul-africanos e do Médio Oriente.
A Remax precisou que nas suas transacções, os portugueses representam 57%, contabilizando também negócios envolvendo russos, britânicos, angolanos e chineses, mas com estes últimos a diminuírem a sua representatividade.
Rafael Ascenso, director-geral da Porta da Frente Christie's, notou à Lusa que os preços “já ultrapassaram os níveis anteriores à crise (financeira)”, mas não prevê uma escalada nos preços por haver projectos que nivelam a oferta e a procura e por a “maior parte das vendas realizadas nos últimos três anos não recorrerem a crédito”, o que desencoraja “qualquer ideia de bolha imobiliária”.
O optimismo impera entre as empresas e redes de mediação imobiliária para 2017, com alguns responsáveis a sublinharem a importância de os quadros legais se manterem inalterados, nomeadamente a nível de impostos.