No mercado de escritórios de Lisboa, em 2013, dominou a procura por áreas menores, assim como muitas empresas aproveitaram as condições de mercado para renegociarem o arrendamento junto dos proprietários. Estas conclusões são apresentadas No Office Flashpoint, divulgado hoje pela Jones Lang LaSalle (JLL).
No total do ano 2013, o mercado de escritórios de Lisboa transacionou 77.800 m², num total de 186 operações, o que evidencia uma área média arrendada de 418 m², traduzindo uma procura por áreas menores face a 2012. A performance anual do mercado reflectiu uma queda de 24% face à atividade registada em 2012 (101.974 m²), ano em que foram concluídas 185 transacções, com uma área média de 551 m².
A zona 6 (Corredor Oeste) foi a mais dinâmica, concentrando 35% da actividade de arrendamento de escritórios concluída durante 2013, seguindo-se as zonas do Parque das Nações (zona 5) e do Prime CBD (zona 1), que concentraram níveis de actividade correspondentes a 20% e 13%, respectivamente, da absorção anual.
Em termos de procura, as empresas de IT e as prestadoras de “Serviços a Empresas” foram as mais dinâmicas na ocupação de espaços, sendo que cada um destes sectores de actividade garantiu 21% da absorção anual registada no mercado de escritórios de Lisboa.
Nota ainda para o facto de a ocupação de nova área (que contabiliza a expansão da área ocupada e a entrada de novas empresas no mercado de Lisboa) ter sido responsável por 38% da actividade de arrendamento em 2013, contra os 62% gerados em mudança de instalações.
A directora de Office Agency e Corporate Solutions, Mariana Seabra avança que “2013 foi um ano tenant friendly, em que muitas empresas aproveitaram as condições de mercado para renegociarem as condições de arrendamento junto dos proprietários. A título de exemplo, só a JLL foi responsável pela renegociação de 14.000 m² de escritórios em 2013. Também por isso a absorção de área foi tão reduzida, uma vez que muitas empresas optaram pela renegociação de rendas em detrimento da mudança de instalações, de forma a controlar os seus custos”.
Em consequência dos reduzidos níveis de absorção, a área disponível de escritórios tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos. Durante 2013 a taxa de disponibilidade aumentou 80 pontos base, para os 13,2%. Contudo, no último trimestre do ano e pela primeira vez ao longo de 18 meses, verificou-se uma descida neste indicador de 20 p.b.. Esta tendência num ano em que a absorção de escritórios foi a mais baixa de toda a década, é explicada pelo facto da actividade ter melhorado substancialmente no último trimestre do ano e também pelo baixos índices de nova oferta especulativa.
As rendas prime, que têm estado sob pressão ao longo dos últimos trimestres, acabaram por descer nos últimos meses do ano para os 18,25/m²/mês, reflectindo a baixa actividade no mercado de escritórios e um aumento substancial da oferta no Prime CBD.
Relativamente à performance do último mês do ano, Dezembro foi o mês mais dinâmico de 2013, com 16.384 m² arrendados, num crescimento de 21% face ao mês anterior e de 11% face ao mês homólogo de 2012. Cerca de 56% da área ocupada em Dezembro deveu-se à procura de empresas da área Farmacêutica & Saúde, com as duas maiores operações do mercado a serem também concretizadas por estas empresas, nomeadamente o arrendamento de 6.746 m² pela Novartis no Tagus Park e o de 2.112 m² pela Espírito Santo Saúde na Quinta do Lambert.
Foto: Ávila Business Center