A Câmara Municipal  do Porto anunciou que exerceu o direito de preferência sobre a venda do Teatro Sá da Bandeira e a sua provável demolição do mesmo. Neste sentido, anunciou que adquiriu o imóvel por 2,1 milhões de euros e vai preservá-lo.

Recorde-se que o Teatro Sá da Bandeira já tinha estado em risco antes, mais precisamente em 2009 quando esteve envolto em polémica que deu origem a uma manifestação à porta daquela que é a sala de espectáculos mais antiga da cidade, contra a possível conversão do teatro num hotel. Na altura, o teatro esteve à venda por 5,5 milhões de euros, ou seja, mais do dobro do valor pelo qual, agora, a autarquia agora o comprou.

Conforme foi avançado, a manutenção do espaço como um teatro não está prevista no PDM e a venda poderia atirar o imóvel para outra utilização, provavelmente destinada a uma unidade hoteleira.

Conforme o porto.pt avança, os tempos áureos do teatro remontam ao ano de 1855, na altura como Teatro Circo, tendo o nome Sá da Bandeira surgido com a implantação da República, em 1910. Pelo palco desta mítica sala passaram nomes como Octávio de Matos, Beatriz Costa, Laura Alves, Vasco Santana, entre muitos outros. Foi aqui também que, em 1986, Aurélio da Paz dos Reis apresentou os primeiros filmes realizados em português. A antiga tradição de teatro de revista foi parcialmente substituída por uma programação mais variada nos últimos anos, depois de os proprietários não terem conseguido vender o espaço em 2009. O Teatro Sá da Bandeira conta actualmente com cinco mil metros quadrados de área coberta, uma sala principal e duas salas de cinema, além de três lojas no rés-do-chão.

Conforme foi avançado, o presidente da autarquia portuense, Rui Moreira, vai  levar à próxima reunião de Câmara a decisão, para ractificação, já que era necessária uma decisão rápida e foi tomada, considerando a autarquia que o preço é justo e corresponde à avaliação feita.

Muito embora a autarquia ainda não tenha anunciado publicamente qual o fim que vai dar a este espaço cultural, já afirmou que o vai preservar e tudo leva a crer que será integrado na empresa municipal de cultura a constituir nos próximos meses, a mesma que vai também incluir e dinamizar o Cinema Batalha e o Teatro Municipal do Porto.

Fonte/Foto: porto.pt