A Colliers International revelou que o Porto não só registou o maior negócio de escritórios do País, em 2017, ou seja, a relocalização do banco francês Natixis, como tem também na forja mais dois novos e importantes negócios que correspondem a cerca de 2.000 m².

Conforme refere no seu site, “o mercado de escritórios do Porto parece ter saído da letargia em que se encontrou durante muitos anos”, com estas grandes operações no mercado de escritórios.

De acordo com a mesma fonte, “este crescimento tem vindo a ser impulsionado pela procura internacional, emergindo o Porto como destino equacionável, nas decisões de relocalização de empresas internacionais importantes”.

O comunicado faz o paralelismo com o mercado de escritórios de Lisboa que “atravessa um bom momento” e com a “absorção a crescer”; mas lembra que a desocupação está a” baixar dos 10%, pela primeira vez, desde 2009”.

Perante este cenário, a Colliers International considera que Porto e Lisboa enfrentam o “grande desafio” da “escassez de oferta”, uma vez que o “pipeline para Porto e Lisboa é, claramente, inferior à procura que se antecipa”.

Saliente-se no entanto, que na Invicta esta escassez tem superada com negócios pontuais, nomeadamente em zonas com menor tradição e ‘taylor made’. Já na capital, o pré-arrendamento domina e com menos de 25.000 m² disponíveis no mercado.

O Research da Colliers International, Gustavo Castro, declara que “a maior atractividade de outros sectores – turismo, em primeiro lugar, mas, também, residencial – tem vindo a condicionar a promoção de escritórios nas duas cidades, com os promotores a optarem pelos sectores que oferecem maiores probabilidades de sucesso”.

Gustavo Castro considera também que, “embora as rendas de escritórios estejam a crescer, sobretudo no Porto, os promotores mantêm muitas reservas sobre a sustentabilidade do crescimento deste sector, sobretudo quando comparado com o turismo”. Não obstante, diz que é “inegável que o mercado de escritórios de Lisboa caminha para o terceiro ano consecutivo, com um take-up próximo dos 150.000 m²”.

A Colliers International dá ainda conta que o investimento em imobiliário segue a tendência de crescimento, com um volume superior a mil milhões de euros no primeiro semestre. Neste cenário, destaca o sector da logística como alvo importante dos investidores internacionais e, tendo em conta alguns negócios em fase final de negociação e diversos portfólios interessantes colocados no mercado, defende que é provável que 2017 venha a ser um ano de “novos máximos no investimento imobiliário português”.

“Portugal, hoje, já não é apercebido da mesma forma. O investidor internacional olha para Portugal como um mercado capaz de oferecer rentabilidades superiores aos mercados mais maduros da União Europeia, sem o risco adicional que, normalmente, ‘carregava’ o negócio imobiliário em Portugal” continua Gustavo Castro. “Ao contrário do que sucedia há uns anos, os investidores internacionais estão interessados em analisar portfólios de imóveis nacionais, procurando bons inquilinos, boas rentabilidades e crescimento” conclui Gustavo Castro.

Ao bom momento que o mercado de escritórios atravessa no Porto e em Lisboa, acresce, no primeiro semestre do ano, o volume de investimento em imobiliário superior a mil milhões de euros, que, segundo a Colliers International, corresponde a “um contexto bem diferente do que caracterizou Portugal há alguns anos”.

Foto: porto.pt