Na sua análise mensal à performance do mercado de escritórios de Lisboa, a JLL conclui que o abrandamento do ritmo de crescimento da ocupação sentido ao longo do 1º semestre se deve, sobretudo, à crescente escassez de oferta qualificada.

No seu mais recente Office Flashpoint, a consultora revela que, depois de um ritmo de crescimento homólogo em torno dos 40% no 1º trimestre, a actividade encerrou o semestre em linha com o ano anterior (variação de -1% apenas), evidenciando uma absorção de 77.425 m2.

Mariana Rosa, directora do departamento de Office Agency da JLL, comenta este resultado sublinhando que “do ponto de vista da procura as perspectivas continuam muito positivas, já que as empresas se mantêm muito activas na procura de espaços, num cenário de conjuntura económica favorável. Quer isto dizer que é sobretudo no lado da oferta que residem as principais razões para esta desaceleração da actividade ocupacional, nomeadamente devido à escassez de espaço disponível pronto a ser ocupado com as características procuradas”.

“As empresas pretendem espaços modernos, áreas de grande dimensão por piso e, de preferência, em locais próximos de boas redes de transportes, uma conjugação que é cada vez mais difícil de encontrar. E face ao limitado pipeline de promoção nova, a escassez de espaços de qualidade que já se faz sentir deverá acentuar-se ainda mais, pelo que é crucial o investimento em novos projectos”, diz ainda Mariana Rosa.

De acordo com a JLL, o stock de escritórios de Lisboa deverá crescer apenas 96.600 m² ao longo de 2017 e 2018, correspondendo à entrada de oito novos edifícios no mercado. A maioria desta área já tem, contudo, ocupação garantida, mesmo apesar de perto de 70% da área ter surgido no mercado de forma especulativa.