Em 2015, as vendas da Bosch ultrapassaram pela primeira vez os 70 mil milhões de euros, de acordo com os resultados preliminares. No ano passado, a empresa conseguiu aumentar as receitas em cerca de 10% e os ganhos também melhoraram.

Os resultados antes de juros e impostos (EBIT), incluindo efeitos extraordinários, subiram para cerca de cinco mil milhões de euros. Os lucros, corrigidos os efeitos extraordinários, ascenderam a cerca de 4,5 mil milhões de euros. A margem do EBIT foi de aproximadamente 6,5%, o que calculado numa base comparável, supera o do ano passado. O rácio de capital mantém-se sólido e a liquidez elevada, apesar dos milhares de milhões gastos na aquisição da BSH Hausgeräte GmbH e da Robert Bosch Automotive Steering GmbH.

“Graças à nossa capacidade inovadora, fomos capazes de continuar com êxito a nossa tendência de crescimento num ambiente de negócios desafiador e numa série de mercados estagnados em 2015. Um dos principais motores desta evolução positiva foi o número crescente de soluções para o mundo conectado”, disse Volkmar Denner, presidente do Conselho de Administração da Robert Bosch GmbH.

O desempenho do negócio em 2015 por sector de actividade desenvolvimento das vendas em 2015 variou nas quatro áreas de negócio. Como explicou Stefan Asenkerschbaumer, director financeiro e vice-presidente do Conselho de Administração, “em 2015, melhorámos ainda mais a nossa posição de mercado e a competitividade em muitas áreas e ganhamos quota de mercado”.

Apesar do crescimento anémico na produção de veículos, de acordo com dados preliminares, a área de negócio Soluções de Mobilidade da Bosch conseguiu aumentar significativamente as suas vendas. Globalmente, as vendas cresceram 12 % em 2015, para 41,7 mil milhões de euros. Entre os produtos de maior sucesso da Bosch no ano passado estiveram os sistemas de injecção de gasolina e gasóleo, sistemas de assistência ao condutor e sistemas de informação e entretenimento, como os que são produzidos em Braga.

A área de negócio Bens de Consumo também registou um crescimento significativo. Aqui, a Bosch aumentou as suas vendas em 9,3% numa base anual, para os 17,2 mil milhões de euros. Os produtos mais vendidos incluíram ferramentas sem fios, ferramentas elétricas e eletrodomésticos, como uma gama de fogões conectados. Já a área de negócios Tecnologia de Energia e Edifícios cresceu 11%,  consideravelmente acima do ano passado, tendo registado 5,1 mil milhões de euros em vendas. Este sucesso pode ser atribuído principalmente aos serviços, sistemas de segurança para grandes infra-estruturas e soluções conectadas de aquecimento inteligente.

Mau grado, a área de negócios Tecnologia Industrial continua a ser afectada pela fragilidade global do segmento da engenharia mecânica. As vendas caíram 1,7% numa base anual, para 6,6 mil milhões de euros. E a divisão de Condução e Tecnologia de Controlo sofreu novos colapsos em segmentos importantes do mercado de engenharia mecânica em 2015.

Em Portugal, a Bosch conta com mais de 3.500 colaboradores distribuídos pelas quatro unidades em Aveiro, Braga, Lisboa e Ovar, e até 2018 prevê contratar mais 1.000 colaboradores, incluindo engenheiros altamente qualificados dedicados a projectos de I&D nas diferentes localizações nacionais.

Para 2016, a Bosch estima um crescimento moderado de 2,8 % em termos económicos globais. “Temos de nos preparar para grandes flutuações nos nossos mercados, quer a nível regional quer em indústrias específicas”, disse Asenkerschbaumer. Em termos geo-políticos, a situação em 2016 continuará complexa e caracterizada por uma instabilidade considerável. Apesar disso, a Bosch pretende manter a sua tendência de crescimento e a crescer mais rápido que os mercados onde está presente. Apesar dos grandes investimentos para garantir a viabilidade da empresa a longo prazo, os resultados e o EBIT devem ser melhorados.

Foto: Site bosch.pt