Na primeira Cimeira de Imobiliário Ibérica, organizada pela publicação Iberian Property, que decorreu em Londres, Inglaterra, os especialistas presentes foram unânimes: Portugal vai alcançar um novo ano recorde ao nível do investimento imobiliário. Recorde-se que o valor mais elevado foi registado em 2015 ao atingir os dois mil milhões de euros.

Em declarações à agência Lusa, este cenário é confirmado pelos vários especialistas portugueses que estiveram presentes neste evento: Pedro Seabra, sócio da consultora Explorer Investments; Francisco Horta e Costa, director da consultora CBRE; José António de Mello, presidente do Conselho de Administração da gestora Selecta; e José Araújo, Director da Direcção de Negócio Imobiliário Millennium bcp.

De acordo com Horta e Costa, este volume representa quase o dobro do que se transaccionava antes de 2007, sendo que o mercado tem sido sustentado pela venda de edifícios que já existiam e que estavam na posse dos bancos. A esta realidade Pedro Seabra acrescenta que “o mercado vai continuar a ser pautado pela venda de portfólios de instituições financeiras e seguradoras nas áreas suburbanas, que ficaram devolutos durante a crise”.

Já José Araújo acredita que este crescimento é sustentável, pois os bancos portugueses estão em melhor situação para financiar mais negócios: “A reentrada dos bancos no mercado pode ser a pedra de toque. Até agora, muitos investidores tinham de procurar financiamento externo quando os valores eram maiores”.

Presente neste evento está também Simon Mollison, director para a Europa da consultora Real Capital Analytics, que desvalorizou o retrocesso de 16% registado no primeiro trimestre de 2017 face ao período homólogo de 2016, atribuindo a variação à dimensão do mercado português, assegurando que “grandes negócios nos próximos meses podem inverter esta tendência”.

Em termos de transacções no sector imobiliário, Portugal encontra-se no 16º lugar, ou seja, continua muito atrás do 4º lugar de Espanha, daí o interesse em fazer acções de promoção conjuntas. Como João Valente, advogado da sociedade Uría Menéndez Proença de Carvalho, afirmou: “É a primeira vez que os dois países se vendem juntos e penso que é a melhor forma”.

Foto: Liberdade 203/AVENUE